São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2010

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Governo acerta 2 consórcios para Belo Monte

Construtoras OAS, Serveng e Queiroz Galvão deverão integrar o segundo grupo a disputar o leilão, segundo apurou a Folha

Petros, CSN e subsidiárias da Eletrobras também fazem parte do grupo; primeiro consórcio terá, entre outras, Andrade Gutierrez e Vale


LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo fechou ontem com investidores dois consórcios que irão disputar a hidrelétrica de Belo Monte (PA). "Temos dois grupos fortes, que irão disputar a concessão em pé de igualdade. Todos com grandes construtoras, autoprodutores e fundos de pensão", disse o diretor de engenharia da Eletrobras, Valter Cardeal. Ele não quis informar quais grupos vão compor os consórcios.
A Folha apurou, no entanto, que o segundo grupo terá as construtoras OAS, Serveng e Queiroz Galvão, entre outras, a Contern, subsidiária da Bertin para infraestrutura, a CSN, o fundo de pensão Petros e duas subsidiárias da Eletrobras.
O primeiro consórcio, já formalizado, contará com Andrade Gutierrez, Vale, Neoenergia, Votorantim e mais duas empresas do grupo Eletrobras.
Demonstraram interesse em entrar posteriormente no consórcio três grandes grupos industriais, cujo foco é a produção de energia para consumo próprio: Braskem, Gerdau e Alcoa. A empresa de energia Suez também pode entrar posteriormente como sócia estratégica em algum grupo.
Segundo Cardeal, os nomes não podem ser divulgados por conta da liminar expedida ontem pela Justiça Federal do Pará que suspendeu o leilão, marcado para o dia 20 (leia texto abaixo). "Não podemos fazer nada senão a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica ) irá pagar multa", disse.
A AGU (Advocacia-Geral da União) disse que irá recorrer da decisão para tentar realizar o leilão na data prevista. Enquanto vigorar a liminar, porém, as inscrições dos dois grupos e o depósito das garantias, no valor de R$ 190 milhões (1% do valor global do investimento), previstos para amanhã, não poderão ser feitos.
O governo tentou viabilizar três consórcios para a disputa. Havia um número de empresas suficiente, mas não com a capacidade financeira necessária. O edital exige que o somatório das empresas do consórcio possua patrimônio líquido de pelo menos R$ 1,9 bilhão.
Do lado dos fundos de pensão, o Petros, ligado aos funcionários da Petrobras, irá fazer parte do segundo grupo. No primeiro consórcio, liderado pela Andrade, fará parte a Previ, por meio de suas controladas Neoenergia e Vale.
Um terceiro fundo de pensão deverá participar do projeto, mas só após o leilão: o Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal.
No Rio, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que pretende anunciar hoje as condições de financiamento de Belo Monte. Ele disse que elas serão mais atraentes do que as oferecidas para as usinas de Santo Antonio e Jirau, em razão da complexidade e dos riscos.O valor liberado será de até R$ 13 bilhões.

Colaborou a Sucursal do Rio



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