São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2010

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Argentina tenta resolver disputa com a China

DE BUENOS AIRES

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acirrou a disputa com a China ao atender a pressões da indústria de seu país e decretar medidas antidumping contra produtos asiáticos, como calçados, no mês passado.
Agora, Cristina busca uma maneira de encerrar o impasse, sem criar um impacto negativo num setor muito mais amplo da economia argentina -a cadeia produtiva da soja, que a China escolheu como alvo de sua retaliação.
A controvérsia foi tema de diálogo entre os presidentes dos dois países, anteontem, em Washington, durante a Cúpula de Segurança Nuclear.
Depois da conversa com Hu Jintao, Cristina afirmou acreditar que o assunto "finalmente vai ser solucionado, dada a importância que ambos [mandatários] atribuem à relação estratégica entre Argentina e China".
A China barrou suas importações de óleo de soja procedentes da Argentina, sob a alegação de que recentes embarques do produto registraram índice de resíduos do solvente hexano acima dos níveis recomendados, ocasionando risco à saúde.
Se decidisse prolongar a medida, uma alternativa do governo chinês para suprir seu mercado interno seria aumentar as importações originárias do Brasil e dos Estados Unidos.
A Argentina responde por 77% das importações chinesas de óleo de soja -1,84 milhão de toneladas em 2009, de acordo com o jornal "Ámbito Financiero". Segundo o diário argentino, houve acordo entre Cristina e Jintao para que a situação se regularize em dois meses.
Quando os asiáticos suspenderam a importação de óleo de soja, o chanceler argentino, Jorge Taiana, convocou o embaixador da China na Argentina, Gang Zeng, para ouvir uma reclamação oficial.
A diplomacia argentina, no entanto, admitiu que havia recebido alertas da insatisfação chinesa com a qualidade do óleo de soja.


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