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Emergentes querem peso maior no FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá liderar a pressão para conseguir maior peso
dos países emergentes nas instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial
e o Fundo Monetário Internacional. O Brasil será o porta-voz
das reuniões de cúpula do Ibas
(Índia, Brasil e África do Sul) e
do Bric (Brasil, Rússia, Índia e
China), entre hoje e amanhã,
em Brasília.
Para reforçar a pressão, que
vem sendo sistematicamente
feita em reuniões do gênero
mundo afora, Lula usará um
dado considerado impactante
pelo governo brasileiro: os quatro países do Bric já aportaram
cerca de US$ 100 bilhões no
Banco Mundial e no FMI.
Como Lula dirá, ao ler a declaração conjunta na reunião
de amanhã, o Bric quer ter, nesses organismos, voz e voto correspondentes a esse montante
de recursos.
A expectativa é que a reunião
tenha uma pauta predominantemente econômica, mas com
um resultado político: como
não deverá haver nenhuma decisão concreta em nenhuma
área, os fatos mais importantes
são mesmo as reuniões ou as
fotos que sairão delas e rodarão
o mundo.
A intenção do Brasil ao sediar
os dois encontros é demonstrar
a unidade dos emergentes, depois que a crise do ano passado
foi gerada na grande potência,
os Estados Unidos, e teve as
consequências mais graves justamente entre as nações mais
desenvolvidas.
Segundo dados divulgados
ontem pelo Itamaraty, o crescimento dos países do Bric entre
2003 e 2007 representou 65%
de toda a expansão do PIB internacional. No ano passado,
em plena crise, o PIB dos quatro atingiu US$ 16,3 trilhões, o
que corresponde a 23,4% da
economia mundial.
Num outro dado, a corrente
de comércio entre o Brasil e
seus parceiros de Bric cresceu
382% de 2003 a 2008, passando de US$ 10,7 bilhões para
US$ 51,7 bilhões.
Os resultados mais concretos
são esperados nos encontros
oficiais bilaterais que Lula terá
com o presidente da China, Hu
Jintao -que manteve a viagem,
apesar do terremoto que matou
mais de 500 pessoas no país-, e
com o primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh.
Além deles, estarão também
em Brasília os presidentes da
Rússia, Dmitri Medvedev, e da
África do Sul, Jacob Zuma.
Como eles já fizeram viagens
oficiais ao Brasil anteriormente, serão recebidos por Lula
quase como numa cortesia de
anfitrião, mas sem pauta de trabalho.
Entre os encontros paralelos
às cúpulas, haverá hoje de manhã uma reunião dos chanceleres do Ibas com o da Autoridade Palestina, Riad Malik, e uma
outra do brasileiro Celso Amorim com o diretor-geral da
OMC (Organização Mundial do
Comércio), Pascal Lamy.
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