São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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CONJUNTURA

Foi o primeiro mês com variação positiva desde outubro de 2001

Páscoa faz comércio crescer em março

DA SUCURSAL DO RIO

A antecipação da Semana Santa redimiu o comércio varejista do país, que registrou variação positiva de 0,28% em março, na comparação com o mesmo mês de 2001. O resultado, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi o primeiro positivo desde outubro de 2001, quando o índice variou 1,59%.
Em São Paulo, a taxa medida pela Pesquisa Mensal do Comércio ficou 0,22% positiva em março, resultado que interrompeu a trajetória negativa no trimestre. Em janeiro, também na comparação com o mesmo mês de 2001, o comércio paulista registrou queda de 2,84% (leia quadro).
Assim como no resultado nacional, o desempenho do comércio varejista em São Paulo foi influenciado pelos itens supermercados, hipermercados, produtos alimentícios e fumos, cuja variação positiva foi de 7,47% em março, a maior entre os Estados do Sudeste.
O economista Nilo Lopes de Macedo, do Departamento de Comércio e Serviços do IBGE, afirmou que março foi favorecido principalmente pela variação positiva de 3,53% do setor supermercadista, cujo resultado é contabilizado junto com bebidas, fumos e produtos alimentícios.
"Os supermercados certamente respondem por mais de 20% dos resultados de todo o segmento varejista, que, no entanto, também é influenciado pelo desempenho da indústria, que ainda tem efeito multiplicador sobre a economia. A indústria gera emprego e renda", disse o economista do IBGE.
Macedo ressalvou que, apesar de positivo, o desempenho de março pode ser interpretado como um fenômeno sazonal, motivado basicamente pelas vendas da Semana Santa.
O resultado minimizou o desempenho do comércio varejista no primeiro trimestre deste ano, mas não impediu que o índice do IBGE encerrasse o período em queda de 0,77% em relação ao primeiro trimestre de 2001.
O valor nominal das vendas em março foi 6,24% maior do que o de março de 2001. Com isso, a variação acumulada do primeiro trimestre chegou a 5,1%.
Para o próximo resultado (abril e maio), o economista acredita que o comércio varejista será beneficiado pelas vendas do Dia das Mães, da Copa do Mundo e pela campanha eleitoral.
"A Copa do Mundo, cujo impacto deverá ser sentido nos meses de abril e maio, pode favorecer as vendas de eletrodomésticos. As eleições, por sua vez, sempre favorecem o comércio informal", prevê Nilo Lopes de Macedo. (RICARDO REGO MONTEIRO)

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