São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BC atua menos, e dólar fica perto do piso de R$ 2

Moeda está no menor valor desde fevereiro de 2001

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar comercial voltou ontem ao piso de R$ 2,009, em um dia marcado por poucos negócios e pela relativa ausência do Banco Central em suas intervenções no mercado. No encerramento, a moeda terminou com baixa de 0,49%, a apenas 0,5% de tocar em R$ 1,999, fato que pode acontecer hoje.
Cotada a R$ 2,009, a moeda está em seu menor valor desde 19 de fevereiro de 2001, quando ainda era negociada a R$ 2,004. Até a greve dos funcionários foi citada como motivo da ausência do BC ontem no câmbio.
Após comprar mais de US$ 5 bilhões na semana passada, o BC só apareceu com propostas de compra no final da tarde. Aceitou pouquíssimas ofertas, que tiveram efeito inócuo.
O dólar a R$ 2,00 encontra um ponto de resistência. "Quando rompê-lo, pode ir para R$ 1,95, mas depois volta a subir até estabilizar", disse Johnny Kneese, diretor de operações da corretora Levycam. A discussão agora é quando o BC vai deixar a moeda romper o patamar de R$ 2 e qual o novo piso da moeda. "Se [o BC] deixar, cai. Com a greve não tinha quase ninguém trabalhando, só a chefia. Se a Bolsa estivesse em alta, ficaria ainda mais difícil segurar o dólar", disse José Roberto Carreira, analista da corretora Novação.
A Bolsa recuou ontem 0,77% e terminou o dia com o Ibovespa marcando 50.510 pontos, no embalo da baixa dos mercados internacionais, que aguardam a divulgação hoje do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) nos EUA. O assunto mais comentado foi o balanço da Petrobras, que decepcionou. Mesmo assim, as ações PN recuperaram as perdas e subiram 0,27% no final do dia com a expectativa de aumento no consumo. Os papéis ON recuaram 0,80%.
O mercado financeiro reduziu, pela quinta vez, sua projeção para o IPCA, índice oficial da inflação. Na pesquisa Focus, os analistas apontavam para um IPCA de 3,62% em 2007 -na semana anterior, a previsão era de 3,64%. Para o IGP-DI, a expectativa é alta de 0,16% em maio, abaixo da projeção anterior, de 0,20%. Analistas também esperam uma queda maior na taxa Selic. A expectativa para o final do ano passou de 11,25% para 11% nos juros básicos da economia.
Na BM&F, os juros do DI terminaram praticamente estáveis em relação a sexta.


Texto Anterior: Vendas on-line: Roupa ultrapassa computador nos EUA
Próximo Texto: Real não está entre os mais valorizados, afirma Mantega
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.