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Falta de álcool nas usinas e atraso em colheita elevam preços nas bombas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A falta de álcool nas usinas,
que afetou o abastecimento em
seis Estados, tem dois motivos:
o excesso de chuvas que atrasou as colheitas e a possibilidade de um adiamento da safra
para segurar os preços e evitar
uma superoferta, segundo a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes).
Segundo relato oficial das
usinas à Fecombustíveis, a escassez decorre do atraso do início colheita da cana-de-açúcar,
em duas semanas em razão das
fortes chuvas que atrasaram a
moagem. Mas Paulo Miranda,
presidente da entidade, não
descarta que a demora seja
uma estratégia de algumas usinas para sustentar os preços do
álcool, que tradicionalmente
caem no início da safra.
Na safra 2008/2009, a produção de álcool chegará ao recorde de 24,3 bilhões de litros
-19% a mais que em 2007/08.
Também contribuíram os
baixos estoques das distribuidoras de combustíveis, que desovaram o produto de fevereiro
a abril evitando sobras no início
da colheita e queda dos preços.
Ocorreu o contrário. Dados
da ANP (Agência Nacional do
Petróleo) mostram que o custo
médio nacional saltou de R$
1,470 por litro na semana de 27
de abril a 4 de maio para R$
1,476 na de 4 a 10 de maio
-uma alta de 0,41%.
De acordo com a Fecombustíveis, existem problemas de
abastecimento em postos dos
Estados de São Paulo, Minas
Gerais (onde a situação é mais
grave), Goiás, Distrito Federal,
Pará e Amazonas.
Focada em álcool e com compras em contratos de longo prazo, a BR foi a distribuidora mais
afetada, segundo Miranda.
A Petrobras confirma dificuldade para atender postos de
AM, MG e SP, mas diz que já solucionou os problemas.
A BR não conseguiu comprar
o produto de algumas usinas,
que não entregaram. Na semana passada, havia filas de caminhões da distribuidora na porta
de produtoras. A situação levou
a BR e outras distribuidoras a
racionar a venda aos postos e
em, alguns casos isolados, suspender o fornecimento.
Miranda diz que o problema
não está equacionado, e os preços continuam a subir. O álcool
avançou 6% nos postos e "contaminou" a gasolina (misturada
na proporção de 25% ao álcool),
que subiu 2%.
Usinas
A Unica (União da Indústria
da Cana-de-Açucar) diz que
"não há comprometimento do
abastecimento de álcool". As
dificuldades que aconteceram
no início da safra, diz, foram pelo causadas pelo excesso de
chuvas e já estão superadas. A
entidade responsabiliza algumas distribuidoras, que teriam
estoques reduzidos.
O vice-presidente do Sindicom (sindicato das distribuidoras) diz que houve "dificuldade
de algumas usinas" na entrega e
problemas "isolados e pontuais" estão resolvidos.
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