São Paulo, sábado, 15 de maio de 2010

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Países ricos devem aumentar impostos, diz FMI

ALAN BEATTIE
DO "FINANCIAL TIMES"

As economias ricas do planeta continuam a acumular dívidas públicas, a despeito da recuperação econômica mundial, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em um relatório sobre as finanças públicas mundiais divulgado na sexta-feira, o Fundo sugeriu aumentos nos impostos sobre valor agregado e sobre produtos como cigarros e bebidas alcoólicas como maneira de reduzir os deficit.
O FMI afirmou que o deficit fiscal mundial agregado se reduziria em ritmo menor do que o previsto anteriormente, caindo apenas a 6% em 2010, ante os 6,7% de 2009, e que as perspectivas das economias mais ricas haviam piorado consideravelmente desde a divulgação das projeções anteriores, em novembro. "Enquanto a economia mundial melhora, os balanços fiscais das economias avançadas estão piorando, em termos médios", diz o relatório.
Para conduzir a relação entre dívida e Produto Interno Bruto ao nível médio anterior à crise, 60%, até 2030, as economias avançadas precisam apertar sua política fiscal em polpudos 8,7% do PIB, de acordo com o Fundo. Sem isso, os índices de crescimento serão reduzidos permanentemente em 0,5%.
"O alto nível de endividamento público pode influenciar negativamente o crescimento econômico durante muitos anos."
Considerados os fatores cíclicos, as economias ricas devem ver um agravamento de 0,6% no balanço de suas finanças públicas neste ano, o que conduziria a deterioração acumulada desde o começo da crise a 5%. A maior parte dessa piora foi causada pelos Estados Unidos, onde medidas de estímulo e gastos militares elevaram as despesas, e pela Alemanha, devido a uma combinação de novos gastos e arrecadação tributária inferior à esperada.
Para o FMI, a ampliação dos gastos de estímulo para combater a recessão mundial contribuiu pouco para a deterioração das finanças públicas. O Fundo, criticado ao defender um estímulo fiscal no estágio inicial da crise, diz que apenas um décimo da elevação da dívida pública nos países ricos derivaria do estímulo, no cômputo final.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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