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PREÇOS
Taxa supera as expectativas; alta da gasolina terá impacto de 0,12 ponto
Inflação sobe para 0,77% em SP
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A taxa de inflação na cidade de
São Paulo mudou de patamar no
início deste mês. Após ficar abaixo de 0,50% por 16 semanas, o índice subiu para 0,57% em maio e
para 0,77% na primeira quadrissemana deste mês, taxa próxima à
de meados de janeiro último
(0,74%). O aumento do preço da
gasolina, definido ontem, deverá
aquecer ainda mais a inflação.
Os dados são da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas), que pesquisa preços no município de São Paulo. Paulo Picchetti, coordenador do Índice de
Preços ao Consumidor da Fipe,
diz que a inflação registrou taxa
acima das expectativas tanto do
mercado como da Fipe neste início de mês.
Ao câmbio e à alimentação, dois
fatores que já vinham empurrando a inflação para cima, soma-se
outro: os transportes. A alta de
transporte se deve a um mero
efeito estatístico. No 1º de Maio, a
prefeita Marta Suplicy reduziu as
passagens de ônibus urbanos de
R$ 1,70 para R$ 1 em São Paulo.
Essa queda em apenas um dia ajudou a segurar a taxa de inflação do
mês passado. A volta do preço para R$ 1,70, no entanto, pressionou
a inflação.
Nas próximas semanas, a inflação ganha um novo fator de pressão: o aumento da gasolina. O repasse de 4,5% nas bombas, a partir de hoje, vai gerar inflação de
0,12 ponto percentual. Metade fica para este mês, e a outra, para
julho. Devido a esse reajuste da
gasolina, a Fipe reviu a projeção
da taxa deste mês para 0,56%. A
estimativa anterior era de 0,50%.
Mais aumentos
Picchetti diz que provavelmente
esse aumento da gasolina não é
suficiente para repor a defasagem
da Petrobras, principalmente se
os preços do petróleo continuarem elevados no mercado internacional. Ele acredita que novos
aumentos virão, o que forçará a
Fipe rever a taxa de inflação de
2004, que é de 5,5% a 6%.
Além de transportes, a inflação
teve forte impacto dos alimentos.
Chuva e frio provocaram queda
na oferta e na qualidade dos produtos, elevando os preços em
1,31%, a maior taxa desde abril do
ano passado.
Picchetti acha, no entanto, que a
pressão dos alimentos começa a
perder força. A comparação de
preços ponta a ponta (variação
percentual dos preços médios de
uma semana isolada em relação à
mesma do mês anterior) já mostra queda em vários itens.
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