São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

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PREÇOS

Taxa supera as expectativas; alta da gasolina terá impacto de 0,12 ponto

Inflação sobe para 0,77% em SP

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação na cidade de São Paulo mudou de patamar no início deste mês. Após ficar abaixo de 0,50% por 16 semanas, o índice subiu para 0,57% em maio e para 0,77% na primeira quadrissemana deste mês, taxa próxima à de meados de janeiro último (0,74%). O aumento do preço da gasolina, definido ontem, deverá aquecer ainda mais a inflação.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que pesquisa preços no município de São Paulo. Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que a inflação registrou taxa acima das expectativas tanto do mercado como da Fipe neste início de mês.
Ao câmbio e à alimentação, dois fatores que já vinham empurrando a inflação para cima, soma-se outro: os transportes. A alta de transporte se deve a um mero efeito estatístico. No 1º de Maio, a prefeita Marta Suplicy reduziu as passagens de ônibus urbanos de R$ 1,70 para R$ 1 em São Paulo. Essa queda em apenas um dia ajudou a segurar a taxa de inflação do mês passado. A volta do preço para R$ 1,70, no entanto, pressionou a inflação.
Nas próximas semanas, a inflação ganha um novo fator de pressão: o aumento da gasolina. O repasse de 4,5% nas bombas, a partir de hoje, vai gerar inflação de 0,12 ponto percentual. Metade fica para este mês, e a outra, para julho. Devido a esse reajuste da gasolina, a Fipe reviu a projeção da taxa deste mês para 0,56%. A estimativa anterior era de 0,50%.

Mais aumentos
Picchetti diz que provavelmente esse aumento da gasolina não é suficiente para repor a defasagem da Petrobras, principalmente se os preços do petróleo continuarem elevados no mercado internacional. Ele acredita que novos aumentos virão, o que forçará a Fipe rever a taxa de inflação de 2004, que é de 5,5% a 6%.
Além de transportes, a inflação teve forte impacto dos alimentos. Chuva e frio provocaram queda na oferta e na qualidade dos produtos, elevando os preços em 1,31%, a maior taxa desde abril do ano passado.
Picchetti acha, no entanto, que a pressão dos alimentos começa a perder força. A comparação de preços ponta a ponta (variação percentual dos preços médios de uma semana isolada em relação à mesma do mês anterior) já mostra queda em vários itens.


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