São Paulo, domingo, 15 de junho de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Executivo no país ganha mais que nos EUA, diz estudo

Os executivos que trabalham no Brasil ganham mais do que os profissionais que exercem a mesma atividade nos Estados Unidos e na Europa. Eles chegam a ganhar 21% a mais, em termos de salário em dólares, do que um executivo americano na mesma posição nos EUA.
A conclusão é do estudo "Remunerando no Brasil" da consultoria Hay Group, com 200 presidentes de empresas no Brasil, que comparou salários do país com os de outros em 2007 e 2008. O levantamento também relacionou os bônus recebidos por presidentes de empresas brasileiras com os incentivos ganhos por presidentes de empresas norte-americanas e européias que atuam no Brasil. A conclusão é que as empresas nacionais pagam mais.
Segundo o estudo, os presidentes das empresas nacionais ganham 66% do salário-base anual como bônus, enquanto o percentual para presidentes de empresas americanas em território nacional é de 48% e o das organizações européias, 47%.
A pesquisa mostra que as empresas brasileiras adotam políticas cada vez mais agressivas para manter seus executivos, oferecendo incentivos que obrigam as multinacionais que estão no país a reverem sua estratégia de remuneração.
A maioria das empresas prefere benefícios de curto prazo. O estudo aponta que 99% das companhias nacionais oferecem tais benefícios. No ano passado, o número de organizações que concedem esses incentivos subiu 18% ante 2006.
Entre os benefícios de curto prazo, 87% oferecem participação nos lucros, 69% dão bônus e 56% concedem uma combinação entre os incentivos.
"Ninguém paga bônus como no Brasil", diz Cláudio Costa, diretor da Hay Group. O especialista diz que isso ocorre pois muitos dos que comandam as companhias brasileiras são de uma geração habituada à hiperinflação, que prefere incentivos para metas de curto prazo.
Com a estabilidade econômica, a tendência é que as empresas ofereçam mais incentivos relacionados a metas de longo prazo. Em relação ao salário-base, a diferença de remuneração entre brasileiros e estrangeiros na mesma função fora do país se explica por causa da diferença do nível hierárquico.
O executivo de uma companhia nacional se reporta diretamente ao número um da empresa, enquanto o profissional de uma multinacional pode estar no terceiro ou quarto nível da estrutura global.
"O resultado é que executivos de organizações estrangeiras estão deixando os postos para assumirem posições nas de controle nacional." Outra conclusão da pesquisa é que há mais disparidade entre salários nas empresas brasileiras do que nas organizações estrangeiras que estão no país.
O salário-base do principal executivo de uma empresa pode ser 80 vezes o de um funcionário de nível operacional. Nas companhias dos EUA que atuam no Brasil, a diferença é de 42 vezes e, nas européias, 22.

DE PLÁSTICO
Em maio, foi registrado o maior volume do ano nas importações de produtos plásticos transformados. O total importado foi de US$ 196,1 milhões, com um aumento de 9,1% na comparação com o mês anterior. As exportações no mês passado atingiram um total de US$ 124 milhões, cerca de 4,4% acima do registrado em abril. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, as importações cresceram 25,7% e as exportações foram 14,1% superiores.

ENGENHARIA RENOVÁVEL

A Método Engenharia começa a operar uma nova unidade de negócio, voltada ao segmento de energia. A idéia surgiu na área de desenvolvimento de novos negócios, que identificou a necessidade de investimentos em trabalhos de energia, infra-estrutura e sustentabilidade. "É preciso entrar em projetos de biocombustível e energia renovável", diz Fernando Ferreira, diretor. "Esse mercado, que antes era formado por usineiros tradicionais, virou global." A empresa já participa do desenvolvimento de um cluster agroindustrial e energético em Goiás.

CONTRADIÇÃO
A declaração de Barack Obama, em entrevista a um jornal chileno, de que gostaria de se unir ao Brasil na busca de energias alternativas parece ser eleitoreira, segundo Mário Marconini, presidente do conselho de relações internacionais da Fecomercio. "Ao mesmo tempo em que diz se preocupar com a questão ambiental e energética, se recusa a tocar no assunto da barreira ao álcool brasileiro, cujo custo alfandegário é de US$ 0,54 por galão."

MOVIMENTO
A elevação do Brasil a grau de investimento está movimentando as instituições brasileiras no exterior. A Fator Corretora vai reunir, no Grand Hyatt, em Nova York, na próxima quarta-feira, um grupo de potenciais investidores interessados em usufruir dos benefícios da melhora na classificação do risco-país. Os números da economia serão apresentados por representantes do Tesouro Nacional, da CVM e da Bovespa, convidados pela Fator.

Jovem não age mas se preocupa com ambiente

Os jovens estão preocupados com a questão ambiental, mas poucos fazem algo para mudar, segundo pesquisa da Fecomércio-RJ.
O levantamento, com pessoas entre 16 e 24 anos, mostra que 72% acreditam que a responsabilidade pela degradação ao ambiente pode ser transferida ao cidadão comum e 71% acham que ainda é possível reverter o quadro de desequilíbrio ambiental.
Mas 48%, no dia-a-dia, não têm ações de preservação. Fechar a torneira ao escovar os dentes ou apagar as luzes são atos praticados por menos jovens hoje do que em 2007. Por outro lado, mas com percentuais baixos, hábitos como separar lixo, consumir produtos menos prejudiciais e carona têm mais adeptos jovens neste ano.

Com crise nos EUA, exportadora de barcos vende no Brasil

A empresa Sterling Yachts, que tem controle acionário brasileiro, fabrica iates para exportação em Indaiatuba (SP) e começa a vender também no Brasil.
A mudança de estratégia foi motivada pela crise econômica nos Estados Unidos- um dos principais mercados da empresa-, pela valorização do real e também pelo crescimento da economia brasileira, que estimulou a demanda pelos barcos de luxo.
Oliver Ilg, vice-presidente comercial da Sterling Yachts, afirma que as vendas para o mercado norte-americano devem cair cerca de 25% neste ano. "Queremos compensar a perda investindo cada vez mais no Brasil."
Puxada pela venda no mercado interno, a Sterling Yachts pretende aumentar em 25% o faturamento neste ano.
De acordo com Ilg, outro fator que faz aumentar a demanda pelo produto é a forte alta do preço do petróleo. Os iates movidos a motor de cruzeiro são mais econômicos que as lanchas e os iates tradicionais.


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