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Nova mina para fertilizante fica em área indígena
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos principais entraves
para aumentar a produção de
fertilizantes é a baixa produção
de potássio, mineral usado com
fosfato e nitrogênio.
Dos 4,2 milhões de toneladas
de potássio consumidas no
Brasil em 2007, 91% foram importados. Uma solução para diminuir essa dependência é uma
nova mina no Amazonas, localizada numa reserva indígena.
O ministro Edison Lobão
(Minas e Energia), que defende
a aprovação da exploração de
reservas minerais em terras indígenas, diz que o país tem o direito de ter acesso à sua riqueza. "Não queremos depredar as
terras indígenas, mas o país não
pode ficar proibido de conhecer suas riquezas minerais."
Ele lembra que as reservas
indígenas representam 12% do
território nacional e 25% da
Amazônia. A Constituição permite a exploração em terras indígenas, mas até hoje o tema
não foi regulamentado. Há projetos no Congresso sobre o assunto desde 1994.
O texto em negociação autoriza a exploração depois de
consulta e aprovação dos povos
indígenas da reserva. Além disso, ela teria de ser aprovada pelo Congresso Nacional, antes
de a área ser leiloada. A intenção do governo é dar prioridade
à votação do assunto.
No caso do fosfato, o problema levantado pelo governo é a
falta de especificação na lei de
prazo para empresas explorarem de fato as reservas concedidas. Segundo o governo, hoje,
algumas delas se valem de brechas na legislação para adiar a
exploração alegando que fazem
pesquisas, quando, no fundo,
não têm interesse em executar
o serviço ou então ficam especulando com a jazida.
Segundo Lobão, o que se pretende é definir claramente os
prazos e, se eles não forem
cumpridos, a empresa responsável perderá a concessão. "O
que não podemos permitir é
que algumas empresas segurem essas concessões para evitar que o preço de seus produtos diminuam no mercado."
Para estimular investimentos, o ministro diz que o governo vai propor liberar empresas
com controle majoritário de capital estrangeiro a fazer exploração mineral em faixa de fronteira, o que hoje é proibido.
No restante do país, a atuação de grupos estrangeiros é liberada. Em boa parte dos países desenvolvidos, não há restrições à atuação de capital estrangeiro. "Não vejo motivo para limitar esse capital. Hoje a
brasileira Vale está comprando
jazidas em outros países. Por
que aqui tem de ser diferente?"
Para o ministro, o "conceito
de segurança na faixa de fronteira mudou, vem da ocupação
economicamente sustentável.
Só precisamos, nessa área, exigir que não seja apenas a exploração, mas que também haja
agregação de valor ao mineral".
Isso aumenta o valor do produto a ser exportado.
(VC e SD)
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