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Escritório de Teixeira ganhou clientes de peso no governo Lula
Com estrutura ainda pequena hoje, banca estreou no setor aéreo com a Transbrasil
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A proximidade com o poder
pouco fez para angariar prestígio no mundo jurídico para o
escritório Teixeira Martins Associados, do advogado Roberto
Teixeira, compadre do presidente Lula. O escritório está
longe de figurar entre as mais
importantes bancas de direito
comercial, segundo profissionais renomados do setor.
Negócio de família, o escritório era pequeno e segue pequeno. A diferença ficou por conta
da entrada de clientes VIP,
principalmente nos últimos
cinco anos, como Gol, Volo/VarigLog, um dos donos da Pirassununga 51 e o Opportunity na
disputa pela Brasil Telecom.
O escritório conta hoje com
não mais de 20 advogados, incluindo os outros quatro sócios
-as filhas Valeska e Larissa, o
genro Cristiano Martins e Guilherme Abdalla. Tem ainda seis
advogados contratados, outros
três associados e alguns estagiários. Focado em direito empresarial, o escritório atuava
até 2000 basicamente com
ações de cooperativas habitacionais, concessionárias de veículos, construtoras e gestoras
de locação de imóveis. Várias
das ações movidas no início da
década no Tribunal de Justiça
de São Paulo envolviam valores
entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.
O cliente de maior vulto era a
Transbrasil, empresa em que
Teixeira entrou em 1989 pela
amizade com Antônio Celso Cipriani, genro de Omar Fontana,
fundador da companhia. Na
Transbrasil, cuidou inicialmente dos interesses da família
Fontana e depois da fundação
de assistência aos funcionários.
Passou a se envolver mais
com as questões do setor aéreo
após 2000, quando Omar Fontana morreu e Cipriani assumiu o comando da empresa.
Ganhou expressão como advogado influente do setor quando
defendeu a Transbrasil no pedido de falência feito pela GE
em 2001. Foi quando seu escritório viu o número de processos no TJ-SP saltar da casa de
13 (em 2000) para 58. O caso
segue até hoje na Justiça.
Além dos processos, o escritório atua como consultoria jurídica. Os desafetos afirmam
que Teixeira se tornou um "lobista de pouco sucesso" porque
jamais conseguiu fazer a Transbrasil voltar a voar. Já os admiradores falam de um "homem
de conduta ética irrepreensível", atuação técnica e que fez
do escritório uma "butique" especializada no direito aéreo.
Quem já viu Teixeira atuando diz que ele não costuma
"vender" a todo momento a
proximidade com Lula.
Seu escritório, na rua Padre
João Manuel, nos Jardins, em
São Paulo, tem decoração sóbria, que não passa um ar dispendioso. Desde que passou
por uma cirurgia no coração,
em 2006, a filha Valeska e o
genro passaram a tocar o dia-a-dia do escritório. Na semana
passada, após ter se tornado alvo de acusações no caso VarigLog, Teixeira passou por uma
angioplastia. Procurado, o escritório não atendeu a Folha.
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