São Paulo, domingo, 15 de junho de 2008

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Escritório de Teixeira ganhou clientes de peso no governo Lula

Com estrutura ainda pequena hoje, banca estreou no setor aéreo com a Transbrasil

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A proximidade com o poder pouco fez para angariar prestígio no mundo jurídico para o escritório Teixeira Martins Associados, do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula. O escritório está longe de figurar entre as mais importantes bancas de direito comercial, segundo profissionais renomados do setor.
Negócio de família, o escritório era pequeno e segue pequeno. A diferença ficou por conta da entrada de clientes VIP, principalmente nos últimos cinco anos, como Gol, Volo/VarigLog, um dos donos da Pirassununga 51 e o Opportunity na disputa pela Brasil Telecom.
O escritório conta hoje com não mais de 20 advogados, incluindo os outros quatro sócios -as filhas Valeska e Larissa, o genro Cristiano Martins e Guilherme Abdalla. Tem ainda seis advogados contratados, outros três associados e alguns estagiários. Focado em direito empresarial, o escritório atuava até 2000 basicamente com ações de cooperativas habitacionais, concessionárias de veículos, construtoras e gestoras de locação de imóveis. Várias das ações movidas no início da década no Tribunal de Justiça de São Paulo envolviam valores entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.
O cliente de maior vulto era a Transbrasil, empresa em que Teixeira entrou em 1989 pela amizade com Antônio Celso Cipriani, genro de Omar Fontana, fundador da companhia. Na Transbrasil, cuidou inicialmente dos interesses da família Fontana e depois da fundação de assistência aos funcionários.
Passou a se envolver mais com as questões do setor aéreo após 2000, quando Omar Fontana morreu e Cipriani assumiu o comando da empresa. Ganhou expressão como advogado influente do setor quando defendeu a Transbrasil no pedido de falência feito pela GE em 2001. Foi quando seu escritório viu o número de processos no TJ-SP saltar da casa de 13 (em 2000) para 58. O caso segue até hoje na Justiça.
Além dos processos, o escritório atua como consultoria jurídica. Os desafetos afirmam que Teixeira se tornou um "lobista de pouco sucesso" porque jamais conseguiu fazer a Transbrasil voltar a voar. Já os admiradores falam de um "homem de conduta ética irrepreensível", atuação técnica e que fez do escritório uma "butique" especializada no direito aéreo.
Quem já viu Teixeira atuando diz que ele não costuma "vender" a todo momento a proximidade com Lula.
Seu escritório, na rua Padre João Manuel, nos Jardins, em São Paulo, tem decoração sóbria, que não passa um ar dispendioso. Desde que passou por uma cirurgia no coração, em 2006, a filha Valeska e o genro passaram a tocar o dia-a-dia do escritório. Na semana passada, após ter se tornado alvo de acusações no caso VarigLog, Teixeira passou por uma angioplastia. Procurado, o escritório não atendeu a Folha.


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