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Produtores querem industrialização na região
DO ENVIADO ESPECIAL
Os produtores do oeste baiano julgam que a primeira fase, a
de produção de grãos, está bem
encaminhada na região. Agora,
querem partir para a segunda: a
da industrialização.
"Não queremos mais mandar
nossos produtos para fora", diz
Humberto Santa Cruz, presidente da Aiba (associação de
produtores da região).
A industrialização abre o leque de opções de venda e os
produtores não ficam apenas
nas mãos das tradings. "A concorrência aumenta e melhora a
remuneração", diz Santa Cruz.
Para efetivar essa industrialização, foi criado o Centro Industrial do Cerrado, com 500
hectares, em Luís Eduardo Magalhães (LEM). Entre as empresas que estarão nesse centro
está a pernambucana Mauricéa, que constrói um frigorífico
de aves e uma indústria de ração; na industrialização de milho para consumo humano estarão a Coringa e a São Braz.
Outro grupo que passará a
operar em LEM é a processadora de grãos Bioclean Energy.
Sérgio Iunis, presidente da empresa, diz que há bons motivos
para estar na região. Além da
crescente oferta de grãos, a área
está longe da Amazônia e do
Pantanal, regiões que estão na
mira dos europeus.
Alguns produtores farão a industrialização na propriedade.
É o caso da Multigrain, associada à norte-americana CHS e à
japonesa Mitsui, que faz investimentos de R$ 700 milhões no
município de São Desidério.
O grupo vai implantar uma
unidade processadora de algodão, uma usina de biodiesel,
outra de álcool e uma unidade
de armazenagem.
A unidade de algodão está
sendo construída em tempo recorde e será a maior da América
Latina. Os investimentos atingem US$ 20 milhões só em
equipamentos, diz Luiz Carlos
Rodrigues, da Busa, empresa
responsável pela montagem.
Já a Sykué Bioenergya, com
área de 11 mil hectares em São
Desidério, produzirá energia de
capim-elefante. Na primeira fase, a empresa utilizará 5.000
hectares. Luiz Felipe D'Ávila,
sócio-diretor, diz que 90% da
produção já foi adquirida pelo
Grupo Pão de Açúcar.
No setor de café, a fazenda
Santa Colomba implanta 6.000
hectares com irrigação. Inicialmente serão 15 pivôs, chegando
a 60 no final do projeto.
A região deve receber, ainda,
investimentos nas áreas têxtil e
de leite, vindo de grupos portugueses, holandeses e dos Estados Unidos.
(MZ)
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