São Paulo, domingo, 15 de junho de 2008

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Produtores querem industrialização na região

DO ENVIADO ESPECIAL

Os produtores do oeste baiano julgam que a primeira fase, a de produção de grãos, está bem encaminhada na região. Agora, querem partir para a segunda: a da industrialização.
"Não queremos mais mandar nossos produtos para fora", diz Humberto Santa Cruz, presidente da Aiba (associação de produtores da região).
A industrialização abre o leque de opções de venda e os produtores não ficam apenas nas mãos das tradings. "A concorrência aumenta e melhora a remuneração", diz Santa Cruz.
Para efetivar essa industrialização, foi criado o Centro Industrial do Cerrado, com 500 hectares, em Luís Eduardo Magalhães (LEM). Entre as empresas que estarão nesse centro está a pernambucana Mauricéa, que constrói um frigorífico de aves e uma indústria de ração; na industrialização de milho para consumo humano estarão a Coringa e a São Braz.
Outro grupo que passará a operar em LEM é a processadora de grãos Bioclean Energy. Sérgio Iunis, presidente da empresa, diz que há bons motivos para estar na região. Além da crescente oferta de grãos, a área está longe da Amazônia e do Pantanal, regiões que estão na mira dos europeus.
Alguns produtores farão a industrialização na propriedade. É o caso da Multigrain, associada à norte-americana CHS e à japonesa Mitsui, que faz investimentos de R$ 700 milhões no município de São Desidério.
O grupo vai implantar uma unidade processadora de algodão, uma usina de biodiesel, outra de álcool e uma unidade de armazenagem.
A unidade de algodão está sendo construída em tempo recorde e será a maior da América Latina. Os investimentos atingem US$ 20 milhões só em equipamentos, diz Luiz Carlos Rodrigues, da Busa, empresa responsável pela montagem.
Já a Sykué Bioenergya, com área de 11 mil hectares em São Desidério, produzirá energia de capim-elefante. Na primeira fase, a empresa utilizará 5.000 hectares. Luiz Felipe D'Ávila, sócio-diretor, diz que 90% da produção já foi adquirida pelo Grupo Pão de Açúcar.
No setor de café, a fazenda Santa Colomba implanta 6.000 hectares com irrigação. Inicialmente serão 15 pivôs, chegando a 60 no final do projeto.
A região deve receber, ainda, investimentos nas áreas têxtil e de leite, vindo de grupos portugueses, holandeses e dos Estados Unidos. (MZ)


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