São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Indústria não teme fim da terceirização

O fim da terceirização não assusta os empresários. A conclusão é de sondagem da Fiesp com 228 indústrias brasileiras para levantar as consequências para o setor da imposição de barreiras à contratação de serviços terceirizados. A maioria disse que não perderia competitividade se não pudesse terceirizar serviços.
O resultado surpreendeu até mesmo a Fiesp, que negocia nova redação para um projeto de lei em trâmite no Congresso sobre o tema.
Hoje, cerca de 54% das indústrias do país utilizaram serviços terceirizados nos últimos três anos, segundo o levantamento. Em São Paulo, o percentual sobe para 65%.
Apesar de a maioria dos entrevistados não admitir um impacto negativo do fim da terceirização, apenas 17% deles disseram que vão reduzir ou deixar de utilizar esses serviços -66% vão manter o nível de terceirização e, 17%, aumentar.
"A afirmação da maioria dos empresários de que o fim da terceirização não prejudica seus negócios não é coerente com a intenção deles de manter ou ampliar o uso do serviço", afirma Walter Sacca, diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.
Sacca disse que a atual redação do projeto de lei não proíbe explicitamente a terceirização, mas cria novas exigências para as empresas, que inviabilizam os contratos. No final de abril, o projeto foi retirado da pauta da Câmara e uma nova versão do texto está em elaboração no Ministério do Trabalho.
Para Sacca, as barreiras à terceirização prejudicarão principalmente as empresas de pequeno porte. "As grandes companhias poderão sentir um aumento de custo, mas vão se adaptar sem recorrer à informalidade. Já as pequenas tendem a tentar contornar aumentos de custos buscando soluções na informalidade."
Sacca afirma que a terceirização é uma tendência na indústria, mesmo com a pressão contrária das centrais sindicais. O motivo é que ela reduz os custos de encargos trabalhistas e de desenvolvimento de estrutura para áreas não afins.

"As pequenas empresas tendem a tentar contornar aumentos de custos buscando soluções na informalidade"
WALTER SACCA
diretor-adjunto da Fiesp

MASTRO

O empresário Juca Moreira, diretor da carioca NewBoats, quer expandir seu negócio para São Paulo. Ele planeja montar até o final do ano uma marina no Guarujá para expor, testar e vender lanchas e hidroaviões de marcas como Axtor e Seamax. Outro projeto em andamento no Estado é a busca de parcerias com decoradores para desenvolver uma linha de lanchas assinadas. Segundo Moreira, a arquiteta Bia Barros já mostrou interesse no projeto. "Os decoradores poderiam fazer algo mais interessante no interior das lanchas do que o projeto que vem de fábrica", afirma Moreira.

DE OLHO NA AUDIÊNCIA

A 3RCorp, que desenvolve tecnologias de monitoramento, lança neste mês um produto focado nas grandes redes de varejo: o display inteligente, capaz de medir quantas pessoas pararam para olhar anúncios nos pontos-de-venda. "As redes têm necessidade de mensurar a audiência dos displays para direcionar os investimentos em marketing", diz Fabio Vitaliano, diretor da 3RCorp e ex-Itautec.

NA TOMADA
O Crediário Caixa Fácil para a compra de bens de consumo e pacotes de turismo da Caixa Econômica Federal superou neste mês os R$ 20 milhões em financiamentos para a compra de eletrodomésticos, eletroeletrônico, móveis e equipamentos de informática, atendendo a demanda de mais de 24 mil consumidores no Brasil.

NA BOMBA
A distribuidora de combustíveis Ale vai direcionar sua verba de marketing para ações de guerrilha digital. Na próxima quinta-feira, a empresa vai lançar uma ação de guerrilha com pop-up shows. Nos últimos oito meses, com a aquisição das distribuidoras Polipetro e Repsol, a companhia cresceu de 1.200 para 1.700 postos instalados no país.

PRATELEIRA
Os consultores Rubens Pimentel Neto e Yuri Trafane, especialistas no mercado de vendas há 20 anos, diretores da consultoria Ynner Marketing, lançam neste mês "Venda com Corpo, Mente e Alma" (Editora Saraiva, 168 pág.). O livro aborda temas como diálogo nas negociações, equipe integrada e soluções para os clientes. Para os autores, o processo de vendas é determinado pela comunicação pessoal.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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