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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Minc lança pacote para agilizar licenças ambientais
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anuncia, depois de amanhã, um pacote de
medidas para tentar agilizar o
processo de aprovação de licenças ambientais pelo Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente).
Com o nome de "Destrava
Ibama", Minc quer aumentar a
velocidade na aprovação das
obras de infra-estrutura no
país. Ele está preocupado com a
morosidade no andamento dos
projetos de infra-estrutura.
Seu objetivo é promover um
alívio às tarefas do órgão para
tentar encurtar prazos, reduzir
as etapas no processo e aumentar o número de aprovações das
licenças ambientais.
Minc deve, por exemplo, diminuir o número de funcionários que precisam hoje ver o
processo de licenciamento antes de transferi-lo para o analista. Ele já adotou programa semelhante no Rio, quando ocupava a Secretaria de Ambiente.
"Antes de chegar às mãos de
um analista ambiental, no Rio,
um processo passava por 16
funcionários. Reduzimos para
um funcionário, que verifica a
burocracia e envia ao analista.
É o que tem que acontecer."
O trabalho contempla também a regulamentação do artigo 23 da Constituição, que estabelece atribuições e competências da União, dos Estados e dos
municípios no processo de licenciamento. O objetivo é dar
mais competências aos Estados
e municípios, o que também
contribuirá para aliviar o trabalho do Ibama. "Não podemos
deixar o Ibama na miudeza."
Minc afastou a possibilidade
de, com essas medidas, diminuir o rigor da atuação. Segundo ele, vai até aumentar.
Ele já entrou em contato com
a Fiesp e afirmou que as propostas não serão recebidas com
resistência pelos empresários.
Entre as medidas, há um
item que trata da elaboração de
padrões mais rigorosos para as
emissões de poluentes. "Para a
minha surpresa, a medida foi
recebida com entusiasmo."
CONVERSA
A Fiesp acaba de concluir
uma missão que conversou
com 20 congressistas americanos sobre o SGP (Sistema
Geral de Preferências), cuja
manutenção no Brasil a entidade pretende garantir. O
sistema prevê isenção de impostos de produtos brasileiros exportados aos americanos. Até o final deste mês, os
deputados americanos farão
uma audiência para discutir
o assunto.
PANOS QUENTES
O comércio atacadista de
tecidos de São Paulo registrou alta de 4% nas vendas
do setor, na primeira quinzena de julho, em comparação com junho. Em relação
ao mesmo período do ano
passado, o aumento foi de
13%.
ESTADOS
Miguel Jorge (Desenvolvimento) vai participar amanhã do 14º Fonseic (Fórum
dos Secretários de Indústria
e Comércio), promovido pela Secretaria de Comércio e
Serviços do ministério, em
Brasília. Na pauta, a implementação da Política de Desenvolvimento Produtivo
nos Estados.
RÓTULO
Depois de vender em 2007
o Empório Santa Maria, o
grupo Expand se desfaz
também de sua participação
na ViniBrasil, fabricante de
vinhos na região do Vale do
São Francisco. A empresa ficará integralmente com a
portuguesa Dão Sul, que era
sócia da Expand no projeto.
Otavio Piva de Albuquerque,
dono da Expand, quer abrir
lojas no país. A missão fica
cada vez mais difícil após a
saída de executivos contratados em 2007 para fazer a
gestão profissionalizada da
antiga empresa familiar.
CARONA
Executivos que vão a Dubai a trabalho têm tido dificuldade para tomar táxis. Segundo a Bloomberg, o sistema
de transporte local deixa a desejar e a linha de metrô só
está prevista para o fim de 2009. Para executivos que esperam uma hora pelo táxi, o trânsito pode atrapalhar o
crescimento. A cobertura de táxis não parece má: são 4,9
para cada mil pessoas, contra 4,7 em Tóquio. Mas a fragilidade do transporte público tem atrapalhado a vida de 6
milhões de executivos e turistas que vão a Dubai por ano.
GERAÇÃO DE ENERGIA: MULTINER OBTÉM REGISTRO DE EMPRESA DE CAPITAL ABERTO
A Multiner obteve registro de capital aberto. Ainda não há
previsão para fazer o IPO. José Marcos Treiger, diretor de
relações com investidores, diz que, com necessidade adicional prevista de cerca de 8.000 megawatts de energia firme
entre 2011 e 2014, o setor deve gerar oportunidades. Um dos
empreendimentos da Multiner é um parque de energia eólica em construção no Nordeste com capacidade de 150 MW.
Crise nos EUA não chegou ao fim, diz analista
O Congresso dos Estados
Unidos deve aprovar um pacote de emergência para a
Fannie Mae e a Freddie Mac,
que detêm 42% do mercado
de hipotecas do país. Apesar
do receio em relação à fragilidade financeira das empresas, a análise dos especialistas é a de que "elas são grandes demais para quebrar".
Mariam Dayoub, estrategista-chefe da Arsenal Investimentos, diz que a percepção do mercado é que a Fannie e a Freddie estão "blindadas" por serem reguladas pelo Congresso. "Se elas deixassem de comprar hipotecas, a atual crise imobiliária
seria mais longa e profunda."
Segundo a Arsenal Investimentos, a Fannie e a Freddie
ainda vão registrar perdas de
mais "alguns bilhões de dólares" até o fim do ano. Entretanto, terão acesso a capitalização e não se tornarão insolventes (incapazes de pagar seus compromissos).
Mariam afirma que a intervenção nas empresas põe
em xeque as recentes declarações de nomes como Alan
Greenspan, ex-presidente do
Fed (Federal Reserve, o BC
dos EUA), de que o "pior da
crise" na economia americana já passou.
"Como o mercado imobiliário e o financeiro estão extremamente frágeis, qualquer estresse adicional pode
levar a um colapso ou a um
problema sistêmico", avalia.
No caso da Fannie e Freddie, outra mudança que deve
ocorrer é a criação de uma
agência para regular as empresas. "Um objetivo importante é fazer com que as gigantes operem de modo contra-cíclico, acumulando capital nos bons tempos e reduzindo as exigências acerca
das hipotecas a serem compradas nos períodos difíceis
de mercado", diz Mariam.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e TONI SCIARRETTA
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