São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Minc lança pacote para agilizar licenças ambientais

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anuncia, depois de amanhã, um pacote de medidas para tentar agilizar o processo de aprovação de licenças ambientais pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
Com o nome de "Destrava Ibama", Minc quer aumentar a velocidade na aprovação das obras de infra-estrutura no país. Ele está preocupado com a morosidade no andamento dos projetos de infra-estrutura.
Seu objetivo é promover um alívio às tarefas do órgão para tentar encurtar prazos, reduzir as etapas no processo e aumentar o número de aprovações das licenças ambientais.
Minc deve, por exemplo, diminuir o número de funcionários que precisam hoje ver o processo de licenciamento antes de transferi-lo para o analista. Ele já adotou programa semelhante no Rio, quando ocupava a Secretaria de Ambiente.
"Antes de chegar às mãos de um analista ambiental, no Rio, um processo passava por 16 funcionários. Reduzimos para um funcionário, que verifica a burocracia e envia ao analista. É o que tem que acontecer."
O trabalho contempla também a regulamentação do artigo 23 da Constituição, que estabelece atribuições e competências da União, dos Estados e dos municípios no processo de licenciamento. O objetivo é dar mais competências aos Estados e municípios, o que também contribuirá para aliviar o trabalho do Ibama. "Não podemos deixar o Ibama na miudeza."
Minc afastou a possibilidade de, com essas medidas, diminuir o rigor da atuação. Segundo ele, vai até aumentar.
Ele já entrou em contato com a Fiesp e afirmou que as propostas não serão recebidas com resistência pelos empresários.
Entre as medidas, há um item que trata da elaboração de padrões mais rigorosos para as emissões de poluentes. "Para a minha surpresa, a medida foi recebida com entusiasmo."

CONVERSA
A Fiesp acaba de concluir uma missão que conversou com 20 congressistas americanos sobre o SGP (Sistema Geral de Preferências), cuja manutenção no Brasil a entidade pretende garantir. O sistema prevê isenção de impostos de produtos brasileiros exportados aos americanos. Até o final deste mês, os deputados americanos farão uma audiência para discutir o assunto.

PANOS QUENTES
O comércio atacadista de tecidos de São Paulo registrou alta de 4% nas vendas do setor, na primeira quinzena de julho, em comparação com junho. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 13%.

ESTADOS
Miguel Jorge (Desenvolvimento) vai participar amanhã do 14º Fonseic (Fórum dos Secretários de Indústria e Comércio), promovido pela Secretaria de Comércio e Serviços do ministério, em Brasília. Na pauta, a implementação da Política de Desenvolvimento Produtivo nos Estados.

RÓTULO
Depois de vender em 2007 o Empório Santa Maria, o grupo Expand se desfaz também de sua participação na ViniBrasil, fabricante de vinhos na região do Vale do São Francisco. A empresa ficará integralmente com a portuguesa Dão Sul, que era sócia da Expand no projeto.
Otavio Piva de Albuquerque, dono da Expand, quer abrir lojas no país. A missão fica cada vez mais difícil após a saída de executivos contratados em 2007 para fazer a gestão profissionalizada da antiga empresa familiar.

CARONA
Executivos que vão a Dubai a trabalho têm tido dificuldade para tomar táxis. Segundo a Bloomberg, o sistema de transporte local deixa a desejar e a linha de metrô só está prevista para o fim de 2009. Para executivos que esperam uma hora pelo táxi, o trânsito pode atrapalhar o crescimento. A cobertura de táxis não parece má: são 4,9 para cada mil pessoas, contra 4,7 em Tóquio. Mas a fragilidade do transporte público tem atrapalhado a vida de 6 milhões de executivos e turistas que vão a Dubai por ano.

GERAÇÃO DE ENERGIA: MULTINER OBTÉM REGISTRO DE EMPRESA DE CAPITAL ABERTO
A Multiner obteve registro de capital aberto. Ainda não há previsão para fazer o IPO. José Marcos Treiger, diretor de relações com investidores, diz que, com necessidade adicional prevista de cerca de 8.000 megawatts de energia firme entre 2011 e 2014, o setor deve gerar oportunidades. Um dos empreendimentos da Multiner é um parque de energia eólica em construção no Nordeste com capacidade de 150 MW.

Crise nos EUA não chegou ao fim, diz analista

O Congresso dos Estados Unidos deve aprovar um pacote de emergência para a Fannie Mae e a Freddie Mac, que detêm 42% do mercado de hipotecas do país. Apesar do receio em relação à fragilidade financeira das empresas, a análise dos especialistas é a de que "elas são grandes demais para quebrar".
Mariam Dayoub, estrategista-chefe da Arsenal Investimentos, diz que a percepção do mercado é que a Fannie e a Freddie estão "blindadas" por serem reguladas pelo Congresso. "Se elas deixassem de comprar hipotecas, a atual crise imobiliária seria mais longa e profunda."
Segundo a Arsenal Investimentos, a Fannie e a Freddie ainda vão registrar perdas de mais "alguns bilhões de dólares" até o fim do ano. Entretanto, terão acesso a capitalização e não se tornarão insolventes (incapazes de pagar seus compromissos).
Mariam afirma que a intervenção nas empresas põe em xeque as recentes declarações de nomes como Alan Greenspan, ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), de que o "pior da crise" na economia americana já passou.
"Como o mercado imobiliário e o financeiro estão extremamente frágeis, qualquer estresse adicional pode levar a um colapso ou a um problema sistêmico", avalia.
No caso da Fannie e Freddie, outra mudança que deve ocorrer é a criação de uma agência para regular as empresas. "Um objetivo importante é fazer com que as gigantes operem de modo contra-cíclico, acumulando capital nos bons tempos e reduzindo as exigências acerca das hipotecas a serem compradas nos períodos difíceis de mercado", diz Mariam.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e TONI SCIARRETTA


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