São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2005

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MERCADO ABERTO

Abrinq quer salvaguarda contra China

A Abrinq (associação da indústria de brinquedos) vai entrar neste ano com pedido de salvaguarda contra a importação de brinquedos produzidos na China, assim que o governo publicar o decreto regulamentando esse mecanismo.
A afirmação é do presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa. O objetivo, segundo ele, é restringir a importação de brinquedos a 2.000 toneladas em 2007, depois a 4.000 toneladas em 2008 e assim por diante até 2016. A Abrinq também pedirá que todos os importados só sejam desembaraçados em Manaus. São medidas cuja intenção é principalmente de combate ao contrabando.
Em 2004, o Brasil importou 20 mil toneladas de brinquedos da China, enquanto a produção interna foi de 85 mil toneladas. "Há um ataque de produtos chineses no Brasil", diz Costa. "Se nada for feito, essa invasão pode comprometer a indústria nacional."
Segundo ele, de 2003 a 2004 a importação de brinquedos cresceu 129%, de US$ 30 milhões para US$ 64 milhões, e, no primeiro semestre deste ano, a alta já é de 68%, com um total de US$ 21 milhões comprados da China.
A dois meses do Dia das Crianças, Costa diz que as encomendas do comércio às fabricas de brinquedos ainda estão muito fracas. Ele atribui o fato principalmente à concorrência chinesa. As grandes lojas têm formado estoque, segundo ele, principalmente de produtos chineses.
Costa não nega também a possibilidade de a crise política ter influenciado o ânimo do consumidor. "É inegável que a crise contamina o ambiente, mesmo no setor de brinquedos."
O temor do presidente da Abrinq é que o setor tenha que demitir para compensar a queda na produção. De acordo com ele, o setor emprega atualmente 216 mil pessoas. Costa calcula que, se não houver recuperação, a indústria pode ser obrigada a cortar cerca de 7.000 pessoas no início do próximo ano.

PESO BRASILEIRO
A participação do investidor brasileiro nas ofertas de ações vem crescendo no mercado doméstico. No caso da emissão do Submarino, por exemplo, o Brasil foi responsável por cerca de 35% da colocação. Já nas operações da Natura e da CPFL, essa participação superou 30%. Para José Olympio Pereira, diretor da área de investment banking do Credit Suisse First Boston, esse aumento já indica uma tendência às próximas operações.

RECONSTRUÇÃO
Lupo, Cargill, Trifil e Celite são algumas das empresas do país que confirmaram presença na feira "Brasil Rebuilding Iraq", de 12 a 14 de setembro, em Amã (Jordânia), sob promoção da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque e da Apex.

ANTECIPAÇÃO
O consumidor já começa a antecipar as despesas de fim de ano. Um mês após o lançamento da linha de crédito de antecipação do 13º salário, o Santander Banespa já captou R$ 15 milhões na modalidade, alta de 150% ante o mesmo período de 2004.

SECURITIZAÇÃO
O mercado doméstico de securitização interrompeu trajetória de expansão e encerrou o primeiro semestre com R$ 1,30 bilhão em volume de títulos emitidos, ante R$ 1,31 bilhão no mesmo período de 2004. Mas o número de registros de títulos cresceu, bem como de companhias securitizadoras que operam no mercado, dois dos fatores que permitem prever um segundo semestre positivo, diz Carlos Augusto Lopes, sócio da Uqbar, especializada em finanças avançadas e responsável pelo estudo, que considera operações cujos ativos-lastro são carteiras de risco de crédito pulverizado. Sobre o primeiro semestre, a avaliação da Uqbar é que o cenário de taxas de juros elevadas e de deterioração do ambiente político (a partir de maio) impactaram negativamente o mercado -e a economia de um modo geral-, enquanto a contínua expansão da oferta de crédito consignado teve efeito oposto. Essa classe de ativo-lastro, aliás, foi a mais representativa nas emissões e saltou de 9% para 63,3% neste ano.

E-LEARNING
O STJ acaba de contratar para parte de seus servidores um curso à distância de direito previdenciário com ênfase em benefícios -será ministrado pela R2 Learning, especializada no desenvolvimento desses cursos.

QUEDA NA VENDA
Após dois meses de alta, as vendas em dólares do setor de distribuição de produtos químicos e petroquímicos caíram 0,8% em julho ante junho, segundo a Associquim e o Sincoquim.

INTERESSE DE FORA
Interessados no mercado nacional, segundo a Abitrigo (associação da indústria do trigo), produtores do cereal na Ucrânia, um dos líderes em produção no mundo, vêm ao país no fim de setembro para seminário internacional do setor, em Brasília.

ESTRATÉGIA
A rede CompreBem, do grupo Pão de Açúcar, investiu R$ 100 mil para montar um supermercado na Festa do Peão, em Barretos, primeira estratégia maior de marketing regional da rede.

PREVENÇÃO
A necessidade crescente de empresas de reduzir os gastos com saúde tem criado oportunidades de negócios. Criada há cerca de três anos, a AxisMed presta serviços para empresas de assistência médica com as quais se compromete a obter redução de até 30% nos custos com os pacientes crônicos. Médicos e enfermeiras acompanham diariamente esses pacientes para tentar evitar que eles tenham crises. Algumas empresas, como AmBev, Natura e Telefônica, contrataram a companhia com o objetivo de reduzir os gastos com os planos de saúde de seus funcionários. A expectativa da AxisMed, no futuro, é o de oferecer o serviço diretamente ao varejo, afirma Fabio Abreu, um dos sócios. Em 2005, a empresa deve faturar cerca de R$ 6 milhões, o triplo do registrado no ano passado.

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