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PREVIDÊNCIA
Após dois meses e meio em greve, comando da categoria aceita acordo, que ainda será ratificado em assembléias
Agências do INSS devem reabrir na quarta
DO "AGORA"
E DA REPORTAGEM LOCAL
As agências do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) deverão reabrir na quarta-feira. O comando dos servidores e o governo federal chegaram a um acordo
na madrugada de sábado. Os funcionários devem voltar ao trabalho na terça-feira, após 74 dias de
paralisação. O atendimento ao
público deve começar na quarta.
O acordo entre governo e servidores do INSS, em greve desde o
dia 2 de junho, só foi fechado após
quase sete horas de negociação
com o ministro do Trabalho, Luiz
Marinho. Hoje haverá assembléias para confirmar a decisão, e
amanhã será realizada plenária
nacional, em Brasília. Segundo o
comando da greve, é improvável
que a proposta seja recusada.
Se aprovado o acordo, os trabalhadores voltam às agências amanhã para fazer uma triagem inicial
do que será feito de imediato.
Somente no Estado de São Paulo, 2,7 milhões de pessoas ficaram
sem atendimento durante a greve.
O governo concordou em não
descontar os dias parados, e os
5.200 funcionários, que tiveram o
contracheque zerado neste mês,
ou seja, não tiveram o salário de
julho, irão recebê-lo. "O acordo
representou uma proposta adequada para o governo e para os
servidores", disse Marinho.
Na avaliação de Pedro Totti, diretor do Sinsprev (Sindicato dos
Trabalhadores em Saúde e Previdência) de São Paulo, o resultado
da paralisação foi positivo. Ele diz
que, além de obterem parte do aumento reivindicado, os trabalhadores conseguiram fazer acordos
para a definição do plano de carreira e reposição de 47%, em seis
anos, para 210 mil trabalhadores
da Saúde e do Trabalho. "Os grevistas também não terão prejuízo,
e isso é importante", disse.
O presidente da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social), Irineu Messias, fez ressalvas. "Não é
tudo o que queríamos, não. A
proposta será submetida a votação nas assembléias estaduais."
454 dias
Durante o encontro com Marinho, os sindicalistas ainda tentaram adiar a negociação, mas ouviram do governo que, se não houvesse um acordo naquela ocasião,
não haveria mais reuniões.
A greve deste ano foi a terceira
maior já realizada pelos funcionários do INSS desde 1995. Ocorreram paralisações em sete anos
desde então. No total, as greves
consumiram 454 dias.
Antes da reunião com Luiz Marinho, os grevistas já tinham feito,
sem sucesso, negociações com os
ministros do Planejamento (Paulo Bernardo) e da Previdência Social (Nelson Machado).
"Na plenária nacional em Brasília, vamos fechar os termos do
acordo", afirmou Totti.
Inicialmente, os trabalhadores
reivindicavam aumento linear de
18%. Conseguiram gratificações
incorporadas ao salário que, no
total, terão custo estimado de R$
140 milhões. Serão R$ 84 milhões
vinculados à produtividade, e os
outros R$ 56 milhões, fixos. Os
aumentos ficarão entre 5% e 7%.
Como não haverá corte de ponto, para compensar 50% dos dias
parados, os funcionários trabalharão aos sábados e em horário
estendido durante a semana. "Os
outros 50% serão repostos com a
liberação total dos benefícios, que
só serão requeridos agora por
causa da paralisação", diz Totti.
Serviços
Com o fim do movimento, o horário de atendimento nos postos
da Previdência será ampliado.
Passam a funcionar das 8h às 16h
durante a semana e atenderão
também aos sábados nas próximas três semanas, provavelmente
das 8h às 12h. Nos primeiros dias,
a previsão é a de que haja muita fila. Para tentar evitá-las, os segurados podem usar os serviços disponíveis na internet (no endereço
www.previdenciasocial.gov.br)
ou por telefone (0800-780191).
Por conta da paralisação, o INSS
prorrogou em 90 dias os prazos
legais vencidos durante a greve.
Segundo o último levantamento
do órgão, no dia 10 de agosto, havia 80.535 benefícios represados
no Estado de São Paulo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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