São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

"Texaco é melhor que Esso", diz Cunha

Depois de ter perdido a corrida para a compra da Esso para a Cosan, o empresário Paulo Cunha, presidente do Conselho de Administração do grupo Ultra, fechou ontem a aquisição da Texaco por R$ 1,161 bilhão.
"A compra da Texaco é muito melhor para nós do que a Esso", diz Cunha. "A Texaco tem ativos de melhor qualidade e também adota práticas de mercado e de operações semelhantes às nossas junto a nossos revendedores, o que facilita a integração entre as duas empresas."
Além disso, Cunha ainda destaca o fato de o grupo Ultra se consolidar na posição de segundo maior distribuidor de combustíveis do mercado. A Texaco detém 9% de participação do mercado, ao passo que a Esso detinha 6%.
Com a aquisição, o grupo Ultra passa a deter 23% do mercado. A BR, a Petrobras distribuidora, mantém-se na liderança, com 39% de participação. A Shell cai para o terceiro lugar, com 15% do mercado.
O detalhe, de acordo com Paulo Cunha, é que, nas regiões Sul e Sudeste, o grupo fica praticamente do mesmo tamanho da BR. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a BR ainda é bem maior.
A compra da Texaco foi o segundo grande passo nesta área realizado por Paulo Cunha. Em 2007, com a Petrobras e a Braskem, o Ultra já tinha adquirido a Ipiranga. Após essa aquisição, o grupo aumenta de 3.000 para 5.200 o número de postos no Brasil.
"Estamos fazendo uma aposta grande no varejo. Vamos trabalhar nisso", diz Cunha.
As negociações para a aquisição da Texaco no Brasil se arrastaram por um ano. Segundo Paulo Cunha, foi o próprio grupo Ultra que bateu na porta da Chevron manifestando o interesse na compra da Texaco brasileira. A transação não teve intermediários.
"A negociação foi longa e extenuante", diz Cunha.
O maior problema na negociação, de acordo com o empresário, foi a dificuldade em convencer a empresa a vender só a parte de distribuição de combustíveis. A Texaco tem outras atividades no Brasil, nas áreas de perfuração e refino de petróleo na bacia de Campos e de distribuição de lubrificantes. Todos esses outros setores ficaram de fora.
A saída da segunda multinacional do país da área de distribuição de combustível, logo depois da venda da Esso, marca um reposicionamento estratégico dessas empresas em relação ao Brasil.
As companhias de fora do setor nunca esconderam o interesse em ampliar seus investimentos na área de refino, mas chegaram à conclusão de que são pequenas as chances de conseguir avançar numa área dominada pela Petrobras.

INFORMÁTICA

HP FATURA US$ 2 BI EM 2007 E SE TORNA MAIOR EMPRESA EM TI
A HP se consolidou como a maior empresa de informática do Brasil, com faturamento de US$ 2,28 bilhões em 2007, superando a IBM. Os dados são do "Anuário Informática Hoje 2008", que traz o balanço de 256 empresas de TI no país no ano passado. O faturamento do setor cresceu 10,5% e atingiu R$ 42,5 bilhões em 2007. O anuário será lançado na segunda e vai premiar as melhores empresas de grande, médio e pequeno porte de cinco segmentos de TI -hardware, software, serviços, integração e canais de comercialização.

Aquisições de empresas do país no exterior somam US$ 6 bi até junho

A confiança dos executivos na economia brasileira e a boa reputação do país em relação a outros emergentes vão acelerar os negócios de fusões e aquisições internacionais, principalmente nos setores de mineração, bens de consumo, telecomunicações e commodities.
Essa é a análise de Charlie Welsh, co-fundador da Mergermarket, empresa de fusões e aquisições. Ele veio a São Paulo nesta semana para um debate organizado pela companhia.
Segundo a Mergermarket, no primeiro semestre, os negócios desse tipo entre as empresas no país movimentaram US$ 36,11 bilhões. "O boom da economia fez com que os executivos ficassem confiantes, e a confiança é o que move o mercado de fusões", diz Welsh.
No primeiro semestre deste ano, sem contar a operação da AmBev, as aquisições das companhias brasileiras fora do país somaram US$ 5,7 bilhões em 22 operações. As compras de empresas estrangeiras no Brasil somaram US$ 14,8 bilhões em 41 operações.
Para o especialista, os setores ligados às commodities vão alavancar novos negócios. Welsh diz que as mineradoras brasileiras ficarão mais agressivas em razão do crescente status que elas têm no mercado e sondarão empresas de países vizinhos, como Peru e Colômbia.
De janeiro a junho, o Brasil foi o mais dinâmico da América Latina em fusões e aquisições. A estimativa da Mergermarket é que, no segundo semestre, o país repita a liderança.

ARGAMASSA
A Weber Quartzolit, do grupo Saint-Gobain, investirá R$ 13 milhões em uma nova unidade para fabricar argamassa industrial em Camaçari, na Bahia. A fábrica deve ficar pronta no primeiro trimestre de 2009.

MIL E UMA NOITES
Até julho, as exportações do Brasil para o Iraque somaram US$ 215 milhões, diz a Câmara Brasil Iraque. É o terceiro melhor resultado desde 1990. Em 2007, as operações totalizaram US$ 226 milhões. Os principais produtos são açúcar, carne de frango, de boi, de peru, atum, chocolate, lentes de contato e tratores.

PARA ONTEM
A unidade especializada em construções rápidas (conceito de Fast Construction) da Método Engenharia fechou cinco contratos neste ano,que devem gerar R$ 60 milhões. O negócio mais recente foi com a Tok&Stok para construção de duas novas lojas no Paraná.

MACA
Jacob Szejnfeld, da clínica de diagnóstico Cura, investe US$ 3 milhões em dois equipamentos de ponta. Um deles permite reduzir a dose de radiação em tomografias. O outro facilita a realização de exames de ressonância magnética em pacientes obesos ou com claustrofobia.

GOL
Anderson Gurgel, especialista em economia do esporte, fala no podcast Rio Bravo sobre oportunidades de negócios no esporte, marketing esportivo e retorno de investimentos. A entrevista entra hoje no site www.riobravo.com.br/podcast.

ARRENDADO
Cerca de 38% dos veículos vendidos no primeiro semestre foram pagos por leasing, contra 34% à vista, 25% pelo CDC e 3% por consórcio, informou a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras.

VÔLEI VERDE
A ReUnion e a RB2, que organizam a etapa brasileira do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, vão plantar 1.456 mudas de árvores para neutralizar a emissão de gases de efeito estufa provocadas pelo evento, que será realizado no Guarujá (SP), de 15 a 21 de setembro.

NO PAPEL
O venezuelano Ricardo Hausmann (Harvard e ex-BID) apresenta um diagnóstico do crescimento econômico do Brasil em seminário no Ibmec, em São Paulo, no dia 22.

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e VERENA FORNETTI



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