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"Setor masculino" paga mais a mulheres
DA FOLHA ONLINE
Em setores que já foram dominados por empregados do
sexo masculino, como a construção civil e as indústrias da
borracha e extrativa mineral,
dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) indicam que o salário inicial das mulheres supera
em até 35% os vencimentos de
admissão dos homens. Há predominância feminina nos cargos que exigem os maiores salários, disse ontem o ministro
Carlos Lupi (Trabalho).
O levantamento mostra que
salários médios de admissão tiveram aumento real de 3,9% no
primeiro semestre deste ano,
na comparação com igual período em 2007. Os trabalhadores que entraram no mercado
de janeiro a junho ganharam,
em média, R$ 696,10, ante R$
669,96 no primeiro semestre
do ano passado. Na maior parte
dos setores, o salário inicial dos
homens é superior ao das mulheres, com exceção de setores
que vêm contratando mais, como indústria extrativa mineral
(petróleo e gás, mineração) e
construção civil. Nesses casos,
explicou Lupi, as mulheres vêm
ocupando os cargos que exigem
maior nível de escolaridade, e
conseqüentemente, pagam os
melhores salários.
"Em alguns casos, há cinco
vezes mais mulheres do que homens ocupando cargos de nível
superior", destacou Lupi, que
calcula que serão criados 2 milhões de empregos neste ano.
No primeiro semestre, foi registrado 1,35 milhão de novos
postos de trabalho.
Na indústria extrativa mineral, o salário inicial médio das
mulheres é de R$ 1.401,63, 35%
acima do salário inicial médio
dos homens, que não passa de
R$ 1.039,76. No primeiro semestre do ano passado, essa diferença era menor. A mulher
empregada no setor recebia salário de admissão médio de
1.005,92, 16,4% acima dos R$
863,82 que eram pagos aos homens recém-chegados ao mercado de trabalho no setor.
Em serviços industriais de
utilidade pública (energia elétrica e de água), mulheres receberam, em média, R$ 957,90
como salário inicial, 23,8% a
mais do que os R$ 773,66 dos
homens. Na média do Brasil,
homens ganharam, em média,
R$ 723,66 de salário inicial,
12,9% acima dos R$ 640,96 pago às mulheres.
(CIRILO JUNIOR)
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