São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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Mantega vê pressão inflacionária e acha justificável elevação da taxa

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou ontem que existem pressões inflacionárias que justificariam um aumento da taxa básica de juros hoje. Ele discordou, assim, do ministro José Dirceu (Casa Civil), que anteontem afirmara que tais pressões não existem.
"Mas em véspera de reunião do Copom [Comitê de Politica Monetária] a gente evitar falar sobre juros para dar ao Banco Central a tranqüilidade e a liberdade de tomar sua decisão", afirmou.
Segundo Mantega, o BC tem dados sobre a situação da inflação, projeções e a missão de cumprir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. "E fará isso da forma mais adequada."
Na opinião do ministro, qualquer que seja a decisão sobre os juros na reunião do órgão que termina hoje "o crescimento deste ano já está definido". Uma alta da Selic, como espera o mercado, teria influência no médio prazo. Os juros estão em 16% ao ano. "O impacto se dará nos próximos seis meses, não afetará a economia no curto prazo", disse.
Mantega disse que a torcida do governo é para que os juros fiquem nos patamares mais baixos possíveis. Mas manifestou-se contrário a uma "redução drástica e artificial" dos juros para reduzir o custo da dívida, como defendem alguns economistas.
A idéia é que, reduzindo os gastos com juros, sobrariam mais recursos para investimentos -que dariam sustentabilidade ao crescimento da economia. "Isso geraria desequilíbrio no modelo macroeconômico, afetando o câmbio e a inflação."
Mantega enfatizou que é preciso "dar continuidade ao processo de crescimento econômico, porém com estabilidade". Ele participou do Fórum de Economia promovido pela Fundação Getúlio Vargas. (SANDRA BALBI)


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