|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mantega vê pressão inflacionária e acha justificável elevação da taxa
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, afirmou ontem
que existem pressões inflacionárias que justificariam um aumento da taxa básica de juros hoje. Ele
discordou, assim, do ministro José Dirceu (Casa Civil), que anteontem afirmara que tais pressões não existem.
"Mas em véspera de reunião do
Copom [Comitê de Politica Monetária] a gente evitar falar sobre
juros para dar ao Banco Central a
tranqüilidade e a liberdade de tomar sua decisão", afirmou.
Segundo Mantega, o BC tem dados sobre a situação da inflação,
projeções e a missão de cumprir
as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. "E fará
isso da forma mais adequada."
Na opinião do ministro, qualquer que seja a decisão sobre os
juros na reunião do órgão que termina hoje "o crescimento deste
ano já está definido". Uma alta da
Selic, como espera o mercado, teria influência no médio prazo. Os
juros estão em 16% ao ano. "O impacto se dará nos próximos seis
meses, não afetará a economia no
curto prazo", disse.
Mantega disse que a torcida do
governo é para que os juros fiquem nos patamares mais baixos
possíveis. Mas manifestou-se
contrário a uma "redução drástica e artificial" dos juros para reduzir o custo da dívida, como defendem alguns economistas.
A idéia é que, reduzindo os gastos com juros, sobrariam mais recursos para investimentos -que
dariam sustentabilidade ao crescimento da economia. "Isso geraria desequilíbrio no modelo macroeconômico, afetando o câmbio e a inflação."
Mantega enfatizou que é preciso
"dar continuidade ao processo de
crescimento econômico, porém
com estabilidade". Ele participou
do Fórum de Economia promovido pela Fundação Getúlio Vargas.
(SANDRA BALBI)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Capital externo: Emergentes terão US$ 230 bi, diz instituto Índice
|