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Economia argentina cresce 8,3% no primeiro semestre
Na mesma comparação, com o 1º semestre de 2005, Brasil teve expansão de apenas 2,2%
Apesar do resultado de janeiro a junho, PIB do país vizinho apresentou uma desaceleração no segundo trimestre, com alta de 7,9%
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
A economia argentina cresceu 8,3% no primeiro semestre
na comparação com o mesmo
período do ano passado, segundo os dados oficiais do PIB
(Produto Interno Bruto) divulgados ontem pelo governo. Na
mesma comparação, o Brasil
teve expansão de 2,2%.
No segundo trimestre, porém, o país cresceu 7,9% -no
mesmo período de 2005, o incremento foi de 10,4%, uma diferença de 2,5 pontos percentuais. É a menor cifra para um
segundo trimestre desde a reativação da economia.
O número também foi menor
do que o registrado nos três primeiros meses de 2006: 8,8%. O
crescimento entre o primeiro e
o segundo trimestre foi de 2,1%.
A desaceleração já era esperada pelos economistas como
natural no processo de recuperação desde o "default". Para a
Standard & Poor's, por exemplo, o incremento do PIB deve
ficar entre 7,8% e 8% neste ano.
Ontem, o FMI (Fundo Monetário Internacional) informou que elevou para 8% a expectativa de crescimento da
Argentina em 2006, que, assim,
seria o país com maior expansão na América Latina. Em
abril, o Fundo havia previsto
um crescimento de 7,3% para o
país. Para 2007, o FMI espera
alta de 6% no PIB argentino.
O FMI também previu uma
alta de preços de 12,3% para
2006 e de 11,4% para 2007, números maiores que os que o governo planeja alcançar. A meta
do presidente Néstor Kirchner
é fechar o ano com taxa de inflação de apenas um dígito.
Segundo os dados de ontem,
os gastos com investimentos na
produção aumentaram 18,5%
no segundo trimestre do ano
-um investimento equivalente
a 21% do PIB. Segundo os analistas, esse número ainda é pequeno e deveria estar em 25%.
Crise
Especialistas discutem agora
se o país enfrentará ou se já está
em um cenário de crise energética. Entre os economistas,
existe a preocupação de que a
necessidade de poupar energia
comprometa a produção industrial e desacelere a economia
além do que já era esperado na
lógica do processo de reativação após o "default".
Kirchner já anunciou medidas para racionar o consumo
das grandes empresas e especula-se que isso possa ser estendido a todos os consumidores. O limite de gasto será o do
ano passado para as grandes
companhias, e o excesso deverá
ser providenciado pela própria
empresa ou contratado por
preço até 300% mais alto.
Nas Províncias do país, estão
sendo discutidas alternativas
para evitar que falte energia no
verão, entre elas a importação
de energia do Paraguai, o controle do consumo das indústrias e horário de verão. Desde
2001, o custo da energia para o
consumidor subiu 120%.
Para o economista Walter
Molano, da BCP Securities, porém, o processo não preocupa
tanto. "É parte de um processo
global. Vimos o mesmo no Chile, no Brasil e na Colômbia."
O governo também negocia
com as empresas petroleiras o
fornecimento de diesel. O combustível falta em algumas regiões do país.
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