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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresas aumentam bônus para reter os funcionários
As empresas estão pagando
mais bônus, comissões e participações nos lucros aos seus
funcionários. Segundo pesquisa da Sextante, o rendimento
variável pago pelas companhias
passou de 15,3% do salário em
1999 para 26,7% em 2007.
Rugenia Maria Pomi, diretora-executiva da Sextante Brasil,
afirma que cresce a competição
pelos melhores profissionais.
"De 2002 a 2007, nas empresas
de siderurgia, por exemplo, aumentaram em 200% os pedidos
de demissão dos especialistas."
No período, os pedidos cresceram 115% para todos os setores.
O levantamento foi feito com
77 empresas com receita bruta
de R$ 669 bilhões e que têm
juntas 873 mil funcionários. As
companhias foram ouvidas em
2007 e os resultados serão divulgados nesta semana.
A especialista afirma que a
política de investir em bônus é
eficiente para reter talentos a
curto prazo, mas que a pressão
por resultados pode mostrar
uma outra face: a piora na saúde do funcionário e o aumento
das faltas ao trabalho. De 1999 a
2007, as faltas cresceram 44%.
Segundo a consultoria, o foco
nos bônus deixou de lado os
reajustes nos salários. A pesquisa mostra que, no período, o
faturamento das empresas por
empregado cresceu 159% e o
valor aplicado em salários, benefícios e encargos avançou
89% -a inflação, segundo o
INPC, foi de 91%.
O percentual dos lucros que é
repartido na forma de participação nos resultados também
variou pouco e se mantém em
torno de 5% a 6%. O lucro operacional per capta, no entanto,
disparou: passou de R$ 16 mil
para R$ 162 mil, o que significa
um incremento de 912%.
A coordenadora da pesquisa
afirma que, apesar do aumento
dos rendimentos variáveis, ficou mais barato para as empresas remunerar seus funcionários. Embora os funcionários
ganhem mais bônus, a fatia do
lucro dividida continua estável
e grande parte da remuneração
agora depende do desempenho
dos trabalhadores.
Montadoras devem priorizar produtividade
Nos últimos anos, empurrada pela demanda, a indústria automobilística cresceu
em ritmo acelerado no país.
Agora que a demanda não está mais tão reprimida assim,
o setor terá que optar por outras prioridades.
As montadoras vão ter que
se concentrar em melhorar a
gestão e aumentar a produtividade se quiserem continuar com bom desempenho
quando os pedidos passarem
a subir em um ritmo um pouco menor do que até agora.
Os números já estão mostrando essa desaceleração.
A Proudfoot Consulting,
especializada em aperfeiçoamento de processos, estima
que a manufatura nacional
de veículos possa ganhar de
15% a 20% de produtividade
anual, sem investimento extra, se fizer os ajustes necessários nas suas operações.
"O setor cresceu simplesmente devido ao aquecimento do mercado, e não existe
capacidade nem mão-de-obra para atender tudo isso.
A partir do ano que vem,
quando a sua taxa de avanço
passar a ficar entre 3% e 4%
ao ano, vai precisar de fôlego
-o que se consegue acertando a administração e os custos. Tudo isso foi relegado a
segundo plano diante da necessidade de atender o boom
de consumo, e é aí que está a
grande oportunidade agora",
diz Elzo Guarnieri, vice-presidente da consultoria.
Entre os principais problemas que a indústria deve corrigir, estão as deficiências na
qualificação dos profissionais, o que resulta em horas
extras e retrabalho; a inadequação de equipamentos e
espaços para estocagem; a
desorganização da logística
interna; e os recalls por problemas de fabricação.
"Prestar mais atenção aos
detalhes -por exemplo, eliminar processos redundantes e dimensionar o tamanho
das equipes- significará
maiores lucros e condições
superiores de competitividade", afirma Guarnieri.
CASA INTELIGENTE
A construtora Bracco,
em parceria com a Practical Soluções Imobiliárias,
pretende ampliar em
242% os lançamentos de
apartamentos com soluções de automação. "Da
mesma forma que os automóveis e outros produtos incorporaram tecnologia, nos imóveis isso está
começando", afirma Nelson Parisi Jr., diretor comercial da construtora
Bracco. O foco da empresa são apartamentos para
as classes média e média
alta. Entre as opções, há
unidades preparadas para
a instalação de sensores
de umidade que fecham a
cortina se chover e para
sistemas de biometria,
que abrem as portas com
um toque do morador.
Neste ano, a expectativa
da empresa é alcançar R$
150 milhões de valor geral
de vendas. Os apartamentos são vendidos a partir
de R$ 650 mil.
ENGRENAGEM
A fábrica da Ford em Taubaté atinge hoje 2 milhões
de motores Zetec RoCam fabricados. A última vez que o
total foi atingido na unidade
foi em 1990, com o motor
OHC, usado no Mustang e
no Galaxie. A montadora investirá R$ 600 milhões para
produzir, em 2009, os motores Sigma, que dobrará a capacidade de Taubaté, que está em 280 mil unidades/ano.
TRAMPOLIM
O Banco Itaú lança hoje o
Guia para a Criação de Instituições de Microcrédito,
cartilha digital que tem como objetivo estimular a formação de novas organizações de microcrédito no
país. O Itaú quer estimular
iniciativas empreendedoras
da população de baixa renda.
O guia estará disponível em
CD, que será distribuído por
todo o país.
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