São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Greve de metalúrgicos já atinge mais montadoras

Paralisações alcançam fábricas do interior de SP, do ABC paulista e do Paraná

Sindicalistas afirmam que aumento nas vendas das montadoras e benefício tributário justificam a concessão de ganho real


DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Funcionários das fábricas da Honda, em Sumaré (120 km de SP), e da Toyota, em Indaiatuba (102 km de SP), deram início ontem a uma paralisação por tempo indeterminado, após rejeitarem a proposta de reajuste de 6,53% feita pelas empresas.
Em São José dos Campos (91 km de São Paulo), trabalhadores da GM também rejeitaram o reajuste proposto e decidiram suspender as atividades por 24 horas. É a segunda paralisação em menos de uma semana.
Os sindicatos de Campinas e de São José dos Campos pedem aumento de 14,65%.
"Houve crescimento da venda neste ano, sem contar a ajuda [redução do IPI] que as montadoras receberam. As empresas têm condições de aumentar a proposta", diz o sindicalista Luiz Carlos Prates.
Segundo ele, todos os 8.300 funcionários da fábrica da GM de São José dos Campos aderiram à paralisação de 24 horas. A GM não comentou a greve.
Segundo o sindicato, todos os funcionários dos dois turnos da Honda e da Toyota aderiram à paralisação. A Toyota informou que espera a retomada das atividades hoje. Já a Honda informou, por meio de nota oficial, "que aproximadamente 50% dos 650 funcionários do primeiro turno da linha de produção da fábrica de Sumaré" pararam temporariamente.
No ABC paulista, 5.000 trabalhadores de 12 empresas de autopeças da região protestaram para pedir aumento real de salário. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 4.000 não entraram nas fábricas e outros mil pararam a produção durante três horas. Os trabalhadores pedem aumento acima da inflação.
Anteontem, metalúrgicos de Taubaté (130 km de São Paulo) aprovaram o reajuste salarial de 6,53% oferecido pelas montadoras, sendo 2% de aumento real. A proposta inclui ainda abono de R$ 1.500.

Paraná
Representantes dos metalúrgicos, da Renault-Nissan e da Volkswagen-Audi não chegaram a um consenso ontem, em Curitiba. A direção das duas empresas fez nova proposta que será discutida em assembleia. A Justiça do Trabalho marcou rodada de negociações hoje. Os cerca de 8.500 empregados das duas montadoras estão em greve há 13 dias.
(MAURÍCIO SIMIONATO, FÁBIO AMATO E CLAUDIA ROLLI)


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