|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procuradoria aponta trabalho degradante em obra no Madeira
Ministério Público anuncia libertação de 38 pessoas que estavam em alojamentos considerados precários em Jirau
Segundo procuradores, em Rondônia, operários foram arregimentados de forma ilegal por construtora que participa de projeto do PAC
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público do Trabalho anunciou a libertação de
38 pessoas alojadas em condições degradantes para trabalhar em obra do complexo hidrelétrico do rio Madeira (RO).
A vistoria ocorreu na semana
passada em ação do governo federal, do Ministério Público do
Trabalho e da Polícia Federal.
A Construtora BS é prestadora de serviços da Enersus
(Energia Sustentável do Brasil), consórcio responsável, no
rio Madeira, pela hidrelétrica
de Jirau, um dos principais
projetos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Os operários viviam desde o
fim de agosto no distrito de Jaci-Paraná, em Porto Velho. Foram arregimentados ilegalmente por "gatos" em Parnarama (MA), segundo a Procuradoria. Dormiam num barracão
improvisado, de cerca de cem
metros quadrados.
O local, segundo os fiscais,
não tinha "as mínimas condições de uso". O banheiro era
feito de tábuas e não tinha teto.
O alojamento foi interditado.
A hidrelétrica de Jirau terá
capacidade para abastecer cerca de 10 milhões de casas, a partir de 2012, e deve receber investimentos de R$ 10 bilhões.
A empreiteira é responsável
pela construção de uma vila
que vai abrigar famílias que
deixarão suas casas em uma
área próxima ao rio em que será
formado um lago da usina. Cerca de 1.400 operários trabalham nessa construção.
Segundo a Procuradoria, os
operários foram atraídos pela
promessa de que receberiam
até R$ 1.200, mas em suas carteiras de trabalho constava
apenas um salário mínimo.
Resgatados, tiveram contratos
rescindidos e receberam passagens para voltar para casa.
O Ministério Público do Trabalho disse que muitos deles se
endividaram para pagar ao aliciador e custear as despesas
com a viagem até Rondônia.
Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi assinado na sexta-feira. Pelo acordo, a
empresa teve de pagar indenizações de R$ 1.500 por dano
moral individual a cada um dos
38 trabalhadores.
Texto Anterior: Greve de metalúrgicos já atinge mais montadoras Próximo Texto: Outro lado: Empresa diz que alojamento era provisório Índice
|