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INFLAÇÃO
Alta diluída impacta menos na taxa
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
Embora orientada para o mercado, a Petrobras é uma empresa
controlada pelo governo, que tem
uma meta a cumprir neste e nos
próximos anos: a de inflação.
Gasolina mais cara pode significar criar pressão nos preços internos e ameaçar o cumprimento
dessa meta, que é de, no máximo
(observada a margem de tolerância), 8% em 2004 e 7% em 2005.
O governo federal nega ingerência na política
de preços da
empresa. Mas
um aumento
em conta-gotas pode servir
para controlar
o impacto inflacionário e
evitar que, no
futuro, remédios monetários amargos
tenham que ser
adotados, como elevação da
taxa de juros.
Pela projeção
da Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas
Econômicas),
o aumento de
combustíveis
anunciado ontem pela Petrobras terá impacto de 0,09
ponto percentual na inflação
em São Paulo.
Somente neste mês, o peso será
de 0,04 ponto no IPC (Índice de
Preços ao Consumidor), que deve
ficar em 0,44% segundo o coordenador da pesquisa de preços, Paulo Picchetti. A previsão anterior
era de taxa de 0,40%.
O aumento dos combustíveis
pesará também na inflação de novembro e de dezembro. O reajuste
deve elevar em mais 0,04 ponto
percentual a inflação de novembro e em 0,01 a de dezembro.
Esses cálculos levam em consideração os efeitos diretos e indiretos do aumento da gasolina e do
óleo diesel nos preços.
Na avaliação de Picchetti, o reajuste não compromete a inflação
deste ano, porque o IPC de setembro ficou em 0,21% -abaixo do
0,35% projetado. Além disso, ele
considera que o aumento não
muda a tendência de inflação para
o próximo ano.
O economista já projeta, porém,
inflação em São Paulo acima de
6% em 2004, podendo chegar a
6,5% caso a Petrobras anuncie
mais um reajuste após o segundo
turno das eleições, o que não está
descartado.
De acordo
com Picchetti,
o aumento dos
combustíveis,
que vale a partir de hoje, ainda não corrige
a defasagem de
preço dos produto em relação ao valor do
petróleo no
mercado internacional. Picchetti esperava
um reajuste
bem maior,
próximo de
10%.
Segundo
analistas, até a
data do reajuste foi pensada a
partir da preocupação com o
impacto sobre
a inflação: como vale a partir do dia 15, o
efeito é diluído
entre outubro e novembro.
Na primeira quadrissemana de
outubro -período de 30 dias terminado em 7/ 10-, o IPC-Fipe
apontou taxa de 0,27%. Mais uma
vez o avanço do índice de inflação
foi contido pelos alimentos, que
apresentaram deflação de 0,33%
no período.
Para outubro, além da gasolina,
são esperados impactos provenientes de reajustes nos serviços
de água/ esgoto, dissídios de funcionários de condomínios, telefonia fixa e um pequeno resíduo do
aumento na conta de luz.
Com a Redação
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