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CAPITALISMO VERMELHO
Fortuna dos cem mais ricos cresce 48% em um ano; partido quer priorizar redução da desigualdade
Bilionários dobram e preocupam PC chinês
DA ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM
O número de bilionários chineses mais que dobrou entre 2004 e
2005, enquanto a fortuna das cem
pessoas mais ricas do país cresceu
48% no mesmo período.
O rápido enriquecimento da elite e a exclusão da maior parte da
população dos benefícios da expansão econômica é uma das
principais preocupações do Partido Comunista da China, que colocou a redução da desigualdade
entre as prioridades do 11º Plano
Qüinqüenal, que vai orientar o
desenvolvimento do país entre
2006 e 2011.
No ano passado, a China havia
registrado a emergência de seus
três primeiros bilionários na lista
das pessoas mais ricas do país,
elaborada desde 1999 por Rupert
Hoogewerf e batizada de Hurun
Report. Na edição de 2005, o número de integrantes do ranking
subiu de 100 para 400. Juntos, eles
detêm uma fortuna de US$ 75 bilhões, o equivalente a 7% do PIB
chinês de 2004.
Em um ano, a quantidade de bilionários passou de três para sete.
A lista continua a ser liderada por
Huang Guangyu, dono da rede de
varejo GoMe, especializada em
eletrônicos. Com 36 anos, Huang
tem uma fortuna estimada em
US$ 1,7 bilhão, US$ 400 milhões a
mais que a atribuída a ele no levantamento do ano passado.
O segundo lugar é ocupado por
Yan Jiehe, que registrou o maior
aumento de riqueza entre os integrantes da lista: passou de US$ 180
milhões em 2004 para US$ 1,5 bilhão agora. O salto se deve a contratos bilionários com o governo
para a construção de obras de infra-estrutura, como pontes, viadutos e rodovias. A empresa de
Yan, a China Pacific Construction
Group, é a maior do setor privado
com especialização na área.
O setor imobiliário continua a
ser o maior responsável pelo aumento da riqueza dos chineses,
mas perdeu espaço para a indústria e a tecnologia da informação,
em parte como resultado da ampliação dos integrantes da lista.
No Hurun Report 2004, 45%
dos que apareciam no ranking
eram do segmento imobiliário,
percentual que caiu para 28% em
2005. A indústria é o setor em que
atuam 21% dos ricos, seguida por
tecnologia da informação (10%),
varejo (7%) e finanças, produtos
de saúde e indústria pesada, todos
com 5%.
A média de idade dos 400 mais
ricos é de 46,9 anos, e 55 dos ricos
têm menos de 40 anos. O mais jovem é Li Zhaohui, 24, dono da
Shanxi Haixin Iron and Steel
Group e de uma fortuna de US$
670 milhões. Li foi o primeiro chinês no regime comunista a herdar
o patrimônio do pai depois de sua
morte, no início de 2003.
O valor médio da riqueza dos
primeiros cem integrantes da lista
passou de US$ 297 milhões para
US$ 400 milhões. Cerca de 20%
dos 400 pertencem ao Partido Comunista e nove dos cem mais ricos fazem parte do Congresso Nacional do Povo -o Parlamento.
Os destinos mais freqüentes de
suas viagens são Hong Kong, Estados Unidos, Austrália, Japão,
Cingapura, França, Inglaterra e
Rússia. Dos 400, apenas 9% falam
o que o Hurun Report chama de
inglês "passável".
(CLÁUDIA TREVISAN)
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