São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

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Construção prevê crescimento de 5,1% no ano

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionado pelo crescimento das obras públicas por causa do processo eleitoral e pela expansão do crédito imobiliário, a construção civil prevê crescimento de 5,1% no ano.
O desempenho projetado é bem superior ao de 2005, quando o setor cresceu 1,3%. Mas está abaixo do registrado em 2004, ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil cresceu 5,7%.
"Com o processo eleitoral, os governos investiram de 20% a 30% a mais em obras públicas do que no ano passado, o que estimulou o setor. Mas os recursos ficaram aquém do que esperávamos, que era em torno de 50% mais", diz João Cláudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP, que reúne indústria a paulista da construção civil.
As obras executadas nos aeroportos do país e em estradas paulistas, segundo o empresário, foram os principais investimentos dos governos estaduais e federal no setor da construção civil. Os empresários contavam com investimentos mais expressivos em saneamento e infra-estrutura. "As promessas não se concretizaram. Houve a operação tapa-buraco, por exemplo, mas não há um plano de recuperação das estradas do país", afirma Robusti.
O financiamento imobiliário com recursos da caderneta de poupança contribuíram, na análise do empresário, para a expansão do setor.
De janeiro a agosto, R$ 4,956 bilhões de recursos da poupança foram aplicados no financiamento de 60,6 mil imóveis no país -sendo R$ 2,9 bilhões para novas unidades (59% do total) e R$ 2,054 bilhões para imóveis usados. O valor médio por pessoa está em torno de R$ 105 mil, diz o Sinduscon.
"Com o resultado obtido até agosto, superamos os financiamentos realizados com os recursos da poupança em todo o ano de 2005", afirma Robusti.
Até dezembro, são esperados R$ 9 bilhões de recursos da caderneta de poupança. Em 2004, foram financiados 51,9 mil imóveis (R$ 3 bilhões) no país; no ano passado, 59,9 mil unidades (R$ 4,8 bilhões).
O Secovi-SP (sindicato da habitação) registrou em julho aumento no ritmo de vendas (11,4%) na comparação com igual mês de 2005. O volume de vendas foi de 2.090 unidades (a maior parte no segmento de dois dormitórios), o que correspondeu a R$ 477,2 milhões em julho. De janeiro a julho deste ano, foram vendidas 15.237 unidades -resultado 18,7% superior ao do mesmo período do ano passado.

Emprego
Os indicadores de emprego também mostram a recuperação do setor e apontam expectativa de melhora no segundo semestre. A contratação de funcionários em obras cresceu 7,9% na comparação de julho deste ano com igual período de 2005, segundo informam o Sinduscon-SP e a FGV Projetos, a partir de informações do Ministério do Trabalho. Estão empregados no país 1,508 milhão de trabalhadores da construção civil com carteira assinada -o maior número desde novembro de 1998.
A informalidade no setor, porém, é alta, segundo representantes da construção. Estimam que haja no país 5 milhões de trabalhadores empregados em 179 mil empresas informais.
Para o próximo ano, a previsão é um crescimento menor do que o de 2006, apesar das medidas anunciadas em setembro pelo governo para estimular a a construção civil e baratear o custo dos empréstimos para a compra da casa própria.


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