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Construção prevê crescimento de 5,1% no ano
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionado pelo crescimento das obras públicas por
causa do processo eleitoral e
pela expansão do crédito imobiliário, a construção civil prevê crescimento de 5,1% no ano.
O desempenho projetado é
bem superior ao de 2005, quando o setor cresceu 1,3%. Mas está abaixo do registrado em
2004, ano em que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil cresceu 5,7%.
"Com o processo eleitoral, os
governos investiram de 20% a
30% a mais em obras públicas
do que no ano passado, o que
estimulou o setor. Mas os recursos ficaram aquém do que
esperávamos, que era em torno
de 50% mais", diz João Cláudio
Robusti, presidente do Sinduscon-SP, que reúne indústria a
paulista da construção civil.
As obras executadas nos aeroportos do país e em estradas
paulistas, segundo o empresário, foram os principais investimentos dos governos estaduais
e federal no setor da construção civil. Os empresários contavam com investimentos mais
expressivos em saneamento e
infra-estrutura. "As promessas
não se concretizaram. Houve a
operação tapa-buraco, por
exemplo, mas não há um plano
de recuperação das estradas do
país", afirma Robusti.
O financiamento imobiliário
com recursos da caderneta de
poupança contribuíram, na
análise do empresário, para a
expansão do setor.
De janeiro a agosto, R$ 4,956
bilhões de recursos da poupança foram aplicados no financiamento de 60,6 mil imóveis no
país -sendo R$ 2,9 bilhões para novas unidades (59% do total) e R$ 2,054 bilhões para
imóveis usados. O valor médio
por pessoa está em torno de
R$ 105 mil, diz o Sinduscon.
"Com o resultado obtido até
agosto, superamos os financiamentos realizados com os recursos da poupança em todo o
ano de 2005", afirma Robusti.
Até dezembro, são esperados
R$ 9 bilhões de recursos da caderneta de poupança. Em
2004, foram financiados 51,9
mil imóveis (R$ 3 bilhões) no
país; no ano passado, 59,9 mil
unidades (R$ 4,8 bilhões).
O Secovi-SP (sindicato da habitação) registrou em julho aumento no ritmo de vendas
(11,4%) na comparação com
igual mês de 2005. O volume de
vendas foi de 2.090 unidades (a
maior parte no segmento de
dois dormitórios), o que correspondeu a R$ 477,2 milhões em
julho. De janeiro a julho deste
ano, foram vendidas 15.237
unidades -resultado 18,7% superior ao do mesmo período do
ano passado.
Emprego
Os indicadores de emprego
também mostram a recuperação do setor e apontam expectativa de melhora no segundo
semestre. A contratação de
funcionários em obras cresceu
7,9% na comparação de julho
deste ano com igual período de
2005, segundo informam o Sinduscon-SP e a FGV Projetos, a
partir de informações do Ministério do Trabalho. Estão
empregados no país 1,508 milhão de trabalhadores da construção civil com carteira assinada -o maior número desde
novembro de 1998.
A informalidade no setor, porém, é alta, segundo representantes da construção. Estimam
que haja no país 5 milhões de
trabalhadores empregados em
179 mil empresas informais.
Para o próximo ano, a previsão é um crescimento menor
do que o de 2006, apesar das
medidas anunciadas em setembro pelo governo para estimular a a construção civil e baratear o custo dos empréstimos
para a compra da casa própria.
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