São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Videoclipes ganham força com internet

Gravadoras oferecem vídeos de seus artistas em troca de fatia da publicidade de sites como YouTube

JOSHUA CHAFFIN
DO "FINANCIAL TIMES"

Há cinco anos, o videoclipe parecia ser uma forma de arte agonizante. A MTV, seu principal veículo, havia recuado, mudando sua programação para dramas baseados na realidade.
Ao mesmo tempo, as gravadoras de discos não queriam mais pagar a conta de produções cada vez mais extravagantes em uma época em que a pirataria corroía as vendas.
Mas na era da internet os clipes voltaram. Foram um dos ingredientes principais por trás do sucesso do YouTube, o site de vídeos adquirido pelo Google por US$ 1,65 bilhão. Na semana retrasada, os clipes musicais representaram 32% dos vídeos mais procurados no site.
Eles também estão fornecendo uma nova fonte de receita para as grandes gravadoras. Somente nas últimas duas semanas, Warner Music, Universal e Sony BMG assinaram contratos com o YouTube para fornecer clipes de seus artistas em troca de uma pequena taxa e uma parte das vendas ligadas à publicidade.
"Eles são centrais", disse Josh Bernoff, analista da Forrester Research, sobre a importância dos videoclipes para a internet. "Eles têm duas características maravilhosas: atraem os jovens e são curtos."
Os videoclipes existem sob formas variadas há décadas.
Mas a forma artística só decolou com o início da MTV, em 1981, que os transformou numa parte central da cultura jovem e uma maneira indispensável para as gravadoras promoverem artistas como Madonna e Britney Spears.
Na época, as gravadoras concordaram em licenciar seus clipes de graça para a MTV, tratando-os meramente como despesas promocionais. Mas com o crescimento da internet elas corrigiram o erro.
A Universal Music, a maior companhia fonográfica, mostrou o caminho, obrigando Yahoo, Google e outras a pagar uma fração de centavo por cada clipe, assim como uma parcela de sua publicidade.
Esses acordos poderão gerar mais de US$ 15 milhões neste ano, segundo pessoas ligadas ao setor, e mais no futuro com o esperado crescimento da publicidade em vídeo na internet.
Rob Campanell, co-fundador da Blastro Networks, que opera dois sites orientados para jovens, afirma que a internet é o destino natural dos videoclipes. "Um canal a cabo popular tem uma "playlist" de dez canções ou mais a qualquer momento", disse Campanell.
"Na internet há 10 mil disponíveis quando você quiser."
A Blastro foi fundada em 2000 sob a premissa de que podia exibir videoclipes de selos independentes interessados em chamar atenção para suas bandas.
No mês passado, a Blastro exibiu 6 milhões de clipes patrocinados por publicidade de empresas como Pfizer, HBO, Yahoo e a Marinha dos EUA.


Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: União recebe menos com imposto rural do que SP com IPTU
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.