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Videoclipes ganham força com internet
Gravadoras oferecem vídeos de seus artistas em troca de fatia da publicidade de sites como YouTube
JOSHUA CHAFFIN
DO "FINANCIAL TIMES"
Há cinco anos, o videoclipe
parecia ser uma forma de arte
agonizante. A MTV, seu principal veículo, havia recuado, mudando sua programação para
dramas baseados na realidade.
Ao mesmo tempo, as gravadoras de discos não queriam
mais pagar a conta de produções cada vez mais extravagantes em uma época em que a pirataria corroía as vendas.
Mas na era da internet os clipes voltaram. Foram um dos
ingredientes principais por trás
do sucesso do YouTube, o site
de vídeos adquirido pelo Google por US$ 1,65 bilhão. Na semana retrasada, os clipes musicais representaram 32% dos vídeos mais procurados no site.
Eles também estão fornecendo uma nova fonte de receita
para as grandes gravadoras. Somente nas últimas duas semanas, Warner Music, Universal e
Sony BMG assinaram contratos com o YouTube para fornecer clipes de seus artistas em
troca de uma pequena taxa e
uma parte das vendas ligadas à
publicidade.
"Eles são centrais", disse
Josh Bernoff, analista da Forrester Research, sobre a importância dos videoclipes para a internet. "Eles têm duas características maravilhosas: atraem
os jovens e são curtos."
Os videoclipes existem sob
formas variadas há décadas.
Mas a forma artística só decolou com o início da MTV, em
1981, que os transformou numa
parte central da cultura jovem
e uma maneira indispensável
para as gravadoras promoverem artistas como Madonna e
Britney Spears.
Na época, as gravadoras concordaram em licenciar seus clipes de graça para a MTV, tratando-os meramente como
despesas promocionais. Mas
com o crescimento da internet
elas corrigiram o erro.
A Universal Music, a maior
companhia fonográfica, mostrou o caminho, obrigando
Yahoo, Google e outras a pagar
uma fração de centavo por cada
clipe, assim como uma parcela
de sua publicidade.
Esses acordos poderão gerar
mais de US$ 15 milhões neste
ano, segundo pessoas ligadas ao
setor, e mais no futuro com o
esperado crescimento da publicidade em vídeo na internet.
Rob Campanell, co-fundador
da Blastro Networks, que opera
dois sites orientados para jovens, afirma que a internet é o
destino natural dos videoclipes. "Um canal a cabo popular
tem uma "playlist" de dez canções ou mais a qualquer momento", disse Campanell.
"Na
internet há 10 mil disponíveis
quando você quiser."
A Blastro foi fundada em
2000 sob a premissa de que podia exibir videoclipes de selos
independentes interessados
em chamar atenção para suas
bandas.
No mês passado, a Blastro
exibiu 6 milhões de clipes patrocinados por publicidade de
empresas como Pfizer, HBO,
Yahoo e a Marinha dos EUA.
Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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