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Cruzeiros aumentam parcelamento e oferecem câmbio fixo para fugir da crise
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
LUIZA BANDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
A crise nos mercados financeiros já chegou ao setor de turismo. As empresas que organizam cruzeiros estão recorrendo a aumento do número de
parcelas, desconto para compras em outubro e câmbio fixo
para normalizar a procura em
razão do sobe-e-desce do dólar.
As reservas de cabines em
cruzeiros domésticos e internacionais despencou nos primeiros dias após o início da crise. Segundo a Abremar (Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas), cada companhia define
sua política cambial e ainda é
cedo para saber o quanto o
câmbio afetará ou não as vendas para os próximos meses. A
associação afirma que a expectativa é que a crise e seus efeitos
sejam temporários.
A gerente de Vendas e Marketing da Costa Cruzeiros,
Claudia Del Valle, afirma que
nos primeiros dias as vendas
caíram 30%, mas que, com descontos e o aumento do parcelamento, foi possível voltar a um
patamar mais próximo do normal para esta época do ano.
"São maneiras de driblar o
susto que o consumidor teve.
Já introduzimos o parcelamento em 12 vezes com câmbio fixo.
Verificamos que o mercado
reagiu pouco e entramos com
uma outra promoção de 20%
de desconto sobre as tarifas em
reais para reservas feitas até a
metade deste mês. As vendas
não estão no seu nível normal,
mas já não representam uma
queda brusca", disse.
Segundo a gerente, as compras são feitas com antecedência e já não há mais disponibilidade para o final do ano.
Já o cruzeiro "Descobrindo o
mar azul" decidiu manter câmbio fixo. "As constantes elevações cambiais não afetarão os
valores para o cruzeiro", disse,
em nota, a empresa responsável. As vendas terão como base
o câmbio de R$ 2,19.
O diretor de Assuntos Internacionais da Abav (Associação
Brasileira de Agentes de Viagens), Leonel Rossi, diz que o
problema é a instabilidade do
dólar. "Se o dólar ficar em R$
2,10, não vai prejudicar o setor.
Com a oscilação, quem vai viajar prefere esperar", disse.
Segundo Rossi, as vendas de
pacotes internacionais com
viagens aéreas tiveram queda
de cerca de 30% desde o começo da crise, e muitas pessoas estão trocando as idas para o exterior por rotas domésticas.
"Quando surge uma crise, os
ricos e muito ricos ficam à frente de suas empresas, o comerciante vende menos, o industrial tem menos pedidos e o
executivo teme perder o emprego, e isso acaba refletindo
no setor", disse. Segundo ele,
não houve alta no valor dos preços dos pacotes em dólar.
"Os destinos nacionais mais
procurados estão no Nordeste:
Natal e Fernando de Noronha.
Diminuiu a procura internacional. Muitos até pedem a cotação, mas desistem na hora de
fechar, esperam o dólar ficar
mais barato ou mudam o destino", afirma Priscila Boaventura, agente de viagens da Stella
Barros.
Já Jorge Valença, gerente da
JVC, afirma que os clientes tradicionais de pacotes para o exterior estão esperando uma nova valorização do real. "O movimento caiu em 30%."
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