ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Um dos primeiros efeitos da crise financeira internacional na economia argentina é a queda e o cancelamento das reservas de turistas estrangeiros, principalmente brasileiros. O turismo foi, no ano passado, a terceira maior fonte de divisas do país.
"Tivemos queda de 15% no consumo hoteleiro e nos restaurantes de Buenos Aires. Nos próximos meses, estamos antecipando que a queda chegará a 25% em todo o país", disse o presidente da Associação de Hotéis, Restaurantes, Confeitarias e Cafés da capital argentina, Luis Peña, ao jornal "La Nación".
"A primeira baixa foi do Brasil, que, com Espanha e EUA, é a principal fonte de turistas estrangeiros. Os brasileiros, com o real desvalorizado, não vão vir. Buenos Aires já está muito mais cara para eles", disse Peña.
Em julho, com o dólar barato, 40% dos passageiros que chegaram ao aeroporto internacional de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, vinham do Brasil. Os turistas brasileiros estão entre os que mais gastam no país.
Mas a tendência de queda já é constatável não só na Argentina mas também no Brasil. Segundo o jornal argentino, a Associação Brasileira de Agências de Viagens teve queda de 20 a 25% nas reservas para o país vizinho.
Na Argentina, teme-se também uma debandada de argentinos para o Brasil no verão. Com o real forte, as praias brasileiras haviam ficado caras para os vizinhos, mas agora podem voltar a caber no orçamento. A secretaria de Turismo da Província de Buenos Aires espera que a política de controle de preços ajude a manter os veranistas argentinos no país.


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