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Fundos têm US$ 4 bi para fazer compras
da Reportagem Local
O esperado aumento na oferta de
empresas brasileiras à venda deverá favorecer especialmente os investidores que já dispõem de recursos, como é o caso dos fundos
de "private equity" (formados para comprar empresas ou participações em empresas em um determinado país ou região).
Esses fundos levantaram entre
US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões com
destino certo, o Brasil, calcula José
Olympio da Veiga Pereira, do banco de investimentos Donaldson,
Lufkin & Jenrette. O banco administra fundos de US$ 3 bilhões internacionalmente.
A opção de vender uma participação para um fundo de "private
equity" seria adequada em particular para as empresas que não
têm acesso aos mercados internacionais de crédito e não desejam
abrir o capital (para obter recursos
com o lançamento de ações).
Segundo José Luiz Saicali, sócio
da área de finanças corporativas da
KPMG, investidores em potencial
estão atentos a esse momento. "O
raciocínio deles é de que esse é um
bom momento para quem tem dinheiro na mão para comprar."
Saicali ressalta que não é certo
que todos esss investidores virão
comprar. "Alguns ainda enxergam
riscos no Brasil, principalmente o
da desvalorização cambial. Mas o
acordo com o FMI pode eliminar
essa barreira."
Barganhar
O consultor Gilberto Dupas, da
Grano Ltda. Conjuntura Econômica e Estratégia Empresarial, acha
que "hoje, o grande desafio para
qualquer grande player internacional interessado no Brasil e no
Mercosul é não perder, para um
concorrente, o momento certo de
entrar nesse mercado".
"Houve um certo alívio, passado
o maior impacto da crise. Os negociadores, nessa área, não mudam
de direção. Mudam a disposição de
barganhar, trabalham com mais
cuidado, para ganhar tempo."
Segundo Dupas, na linha de internacionalização do sistema privado, a primeira grande leva de
aquisições e associações já aconteceu. Poderá ainda haver avanços
no varejo -fora os supermercados- e há espaço para aquisições
no setor bancário.
Dupas, como outros estrategistas, concorda que o segmento só
tem espaço para dois grandes bancos privados do varejo.
Na petroquímica, o consultor
acha inevitável um grande rearranjo, pois a privatização foi feita
aos pedaços. "Ou seja, é preciso recompor esse setor, onde são esperados movimentos importantes."
Colaborou
Frederico Vasconcelos, da Reportagem Local
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