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DEPOIS DO PACOTE
Capital estrangeiro deve se voltar para novas áreas, deixando de privilegiar setor industrial
Comércio e lazer estão na mira das múltis
da Reportagem Local
Comércio varejista e setor de entretenimento e turismo -esses
são dois dos segmentos da economia candidatos a serem as novas
estrelas do mercado de compra e
venda de empresas no Brasil.
Depois de um intenso processo
de fusões e aquisições em setores
como o de autopeças, de telecomunicações e de alimentos, o interesse dos investidores se volta para
novas áreas.
Isso sem descartar os negócios
na área de privatização, já que em
1999 devem ser levadas a leilão empresas dos setores de energia e de
saneamento básico, afirma José
Olympio da Veiga Pereira, diretor
do banco de investimentos DLJ.
"Temos recebido muitas consultas de grupos do exterior sobre as
possibilidades de negócios nas
áreas de turismo e de lazer, inclusive sobre empresas de comunicação. Aposto que haverá um crescimento muito expressivo nos negócios com companhias dessas áreas
no próximo ano", afirma Marcelo
Gomes, gerente da consultoria
Ernst & Young.
Na lista das companhias que despertam interesse internacional
constam emissoras de televisão e
de rádio, editoras de livros e de revistas e companhias aéreas. Nesses
casos, porém, há uma restrição
-a legislação brasileira não aceita
participação do capital externo
nesses setores.
Existe uma grande expectativa
de que sejam aprovados pelo Congresso projetos de lei que permitam a entrada de grupos internacionais nesses segmentos -à semelhança do que ocorreu com o
setor de informática.
Entre os interessados em investir
em redes de televisão, estariam ps
grupos Cisneros (Venezuela),
Sony (Japão/Estados Unidos) e Televisa (México).
O consultor de empresas Gilberto Dupas considera, por sua vez,
que o setor da construção civil pode ser um ponto de atração.
Grandes empresas da área de infra-estrutura estão trazendo seus
especialistas, que inicialmente
atuam como consultores e gerenciadores, em parceria com as empresas locais (trata-se de um setor
ainda marcado por certo estigma,
associado à imagem das empreiteiras). "Mas em breve um grande
grupo da construção deve vir para
cá", prevê Dupas.
Neste ano, grupos estrangeiros
do setor de varejo, especialmente
europeus, intensificaram suas
consultas a consultorias e bancos
de investimento sobre as possibilidades de negócios.
O interesse desses grupos pelo
Brasil explica-se especialmente pela dificuldade de crescimento nos
seus países de origem.
No Brasil, as possibilidades de
expansão do consumo são consideradas promissoras.
O número de compras de supermercados e lojas de departamento
registradas no Brasil aumentou em
relação aos anos anteriores -neste ano, foram feitos 16 negócios
nesse segmento, segundo levantamento da Ernst & Young.
Mas considera-se que as possibilidades de negócios são muito
mais amplas. No caso das lojas de
departamento, a situação financeira precária de várias delas (por
causa da inadimplência) abre caminho para muitas negociações.
A Folhaapurou ser grande o número de supermercados de médio
porte, em geral controlados e administrados por uma família, que
procuram compradores. Muitas
dessas empresas começam a enfrentar problemas quando deixam
de ter apenas duas ou três lojas.
Uma das maiores redes de supermercados do país tem sido sistematicamente procurada por empresas menores com propostas de
venda.
(CGF e FV)
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