|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil quer reduzir superávit com a AL
País quer estimular aumento das importações dos países latino-americanos, com maior integração dos blocos regionais
Programa do governo quer estimular esses países a venderem mais para o Brasil e as empresas brasileiras a comprarem mais deles
RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil quer reduzir o superávit comercial que tem em relação aos países da América do
Sul -de US$ 11,3 bilhões neste
ano até agosto-, estimulando o
aumento das compras de produtos dos vizinhos, disse ontem
o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Indústria e Comércio Exterior,
Ivan Ramalho.
As exportações brasileiras
para a região cresceram em 12
dos 18 países até o segundo
quadrimestre deste ano. Se este
ritmo continuar, a expectativa
é que o fluxo do comércio com
os países latino-maericanos
encerre 2007 com cifra recorde
de US$ 56 bilhões, ultrapassando o recorde anterior, de US$
49,8 bilhões, obtido no ano passado.
Para este ano, segundo Ramalho, a balança comercial
brasileira deve registrar exportações acima dos US$ 160 bilhões e importações superiores
a US$ 110 bilhões -será a primeira vez que as compras vão
ficar acima dos US$ 100 bilhões, como já era esperado pelo incremento da produção industrial.
"O crescimento do comércio
exterior brasileiro nos últimos
anos foi mais acentuado, principalmente com países da América do Sul e Caribe. As importações da região não tiveram o
mesmo avanço, e o Brasil passou a ter superávits anuais muito grandes em relação à Venezuela [US$ 4 bilhões], Chile
[US$ 3 bilhões] e Argentina
[US$ 3 bilhões], por exemplo",
disse Ramalho.
Até agosto deste ano, as exportações brasileiras para a
América Latina somaram US$
24,3 bilhões, aumento de 13,9%
em relação a 2006 (US$ 21,3 bilhões). Já as vendas externas
globais cresceram 15,9%. Com
o resultado, a região teve participação de 23,7%, menor que a
do mesmo período em 2006
(24,1%). As importações do
Brasil foram 26,7% maiores,
passando de US$ 10,3 bilhões
para US$ 13 bilhões, e a América Latina respondeu por 17,3%
das compras externas globais,
contra 17,5% em 2006.
"Desequilíbrio"
"A idéia é que as exportações
possam continuar crescendo,
mas neste ano as importações
globais estão avançando mais.
No caso dos países latinos, queremos que as compras externas
também aumentem. O ideal é
que as importações cresçam no
mesmo nível das exportações
ou até um pouco mais para corrigir o desequilíbrio", disse Ramalho, durante o 1º Encontro
de Instituições de Promoção de
Comércio e Investimento da
América Latina e Caribe, no
Rio.
O secretário-executivo informou que o governo tem procurado fazer, na maioria dos países, no âmbito das comissões
bilaterais, um trabalho de inteligência comercial, de monitoramento e cruzamento de dados, para verificar o que produzem e o que podem exportar
para o Brasil. Os produtos, segundo Ramalho, podem ser incluídos em processos de negociação internacional para reduções tarifárias, além de serem
apresentados em missões comerciais em visita ao país.
Na América do Sul, o Brasil
tem superávit comercial em relação a todos os países, exceto
Bolívia, devido à grande importação de gás natural.
O Programa de Substituição
Competitiva das Importações
quer estimular esses países a
venderem mais para o Brasil e
as empresas brasileiras para
que também comprem mais.
Para isso, é preciso que os vizinhos aumentem a eficiência de
seus parques produtivos. O
Brasil tem comissões bilaterais
de monitoramento com Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Equador e Peru.
"Também queremos incentivar a integração de cadeias produtivas e a produção de bens e
serviços, com mais financiamentos e ampliação das negociações comerciais entre os
nossos blocos para reduzir as
barreiras tributárias", disse Ramalho.
Texto Anterior: GM faz recall de 31 mil Astra, Vectra e Zafira Próximo Texto: Venezuela entrega ao Brasil lista com importados Índice
|