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Bolsa encerra semana tensa com queda de 4,87%
Aumento da inflação nos EUA desagrada aos investidores
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O último pregão da semana
não começou bem, com os investidores decepcionados com
o resultado da inflação ao consumidor norte-americano, que
veio acima do esperado. Para o
mercado brasileiro, o dia foi de
perdas para a Bovespa e elevação do dólar.
Na semana, a Bolsa de Valores de São Paulo sofreu desvalorização de 4,87% -sendo
0,66% apenas no pregão de ontem. O dólar fechou ontem a R$
1,797, após apreciar-se em
2,04% durante a semana.
A inesperada elevação dos índices de preços ao produtor e
ao consumidor americano tirou o ânimo dos mercados, pois
sinalizou que pode ser mais difícil haver continuidade no processo de corte da taxa básica de
juros dos EUA, que foi reduzida
de 4,5% para 4,25% anuais.
Em Wall Street, o mau humor fez o Dow Jones recuar
1,32%. A Nasdaq caiu 1,23%.
A ação do Citigroup esteve
entre as mais negociadas em
Nova York ontem e, após operar em alta durante boa parte
do pregão, fechou em queda de
1%. De positivo, houve uma
melhora de avaliação da dívida
do banco feita pelo Goldman
Sachs. Mas também houve comentários negativos por parte
da agência Moody's, que afirmou que o Citigroup pode ter
de ser obrigado a suspender o
pagamento de dividendos.
Apesar do ligeiro alívio proporcionado pelo pacote conjunto de socorro anunciado na
quarta-feira por bancos centrais, como o americano e o europeu, os investidores internacionais mantêm-se temerosos
em relação ao desenrolar da
crise do setor de crédito imobiliário dos EUA, que passou a incomodar o mercado global em
meados de julho.
Na Europa, os pregões foram
moderadamente positivos,
com alta de 0,52% na Bolsa de
Londres e de 0,26% em Paris.
"A economia americana segue ditando o ritmo das Bolsas
no mundo. Neste momento, o
mercado segue digerindo o plano do Fed e de outros quatro
bancos centrais ao redor do
mundo para injetar liquidez
nos mercados monetários globais", afirma Oscar Rudge, gestor de renda variável da Paraty
Investimentos.
Para a Bovespa, além do cenário externo mais arisco, houve a queda da CPMF nesta semana, que representou pesada
perda de receita para o governo. Isso elevou o mal-estar e
empurrou os mercados ainda
mais para baixo.
Das 63 ações que compõem o
índice Ibovespa, apenas 8 conseguiram terminar a semana
em terreno positivo. Pesadas
quedas afetaram vários papéis,
com 8 dos que formam o Ibovespa encerrando o período
com baixa superior a 10%.
A ação ON (ordinária) das
Lojas Renner liderou as perdas
na Bolsa, com recuo de 18,24%.
Outros destaques de baixa foram TAM PN, que recuou
12,46%, Vivo PN (-11,46%) e
Net PN (-11,40%).
No pregão da BM&F, as taxas
projetadas nos contratos DI recuaram ontem, mas terminaram em níveis mais elevados
que os registrados na semana
passada. No contrato DI que
vence daqui a um ano, a taxa subiu de 11,65% para 11,95% na
semana. No contrato mais negociado, que tem resgate programado para daqui a 24 meses, a taxa foi de 12,33% para
12,64% anuais no período.
As taxas de juros futuras passaram a ser mais pressionadas
após o Copom divulgar a ata de
sua última reunião. Os investidores entenderam que o documento se mostrou muito cauteloso em relação ao aquecimento econômico e à inflação futura, fazendo com que muitos
passassem a discutir a possibilidade de a taxa básica Selic voltar a ser elevada.
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