São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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EUA limitam uso de milho para combustível

Nova lei que impõe meta de substituição de energia renovável é aprovada no Senado norte-americano

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O consumo de combustível em forma de energia renovável será de 136 bilhões de litros nos Estados Unidos por ano a partir de 2022. É o que determina a nova lei Energy Bill, uma meta de substituição de energia renovável do governo norte-americano, aprovada na quarta-feira à noite pelo Senado.
Na próxima semana, haverá votação na Câmara dos Representantes (deputados). Em seguida, a lei vai para sanção do presidente George W. Bush, o que é dado como certo, afirmou Daniele Siqueira, analista da Agência Rural nos EUA.
Uma das novidades do programa é que o Senado impõe uma limitação para o consumo de milho. Dos 136 bilhões de litros, apenas 56,8 bilhões poderão vir do grão.
O resto virá de outras fontes renováveis, entre elas a celulose. A capacidade atual de produção é de 27,5 bilhões de litros. Para a produção de 56,8 bilhões de litros, em 2022, os EUA vão consumir 136 milhões de toneladas de milho por ano. Na atual temporada de 2007/ 08, o consumo é de 81 milhões de toneladas, de acordo com informações do Departamento e Agricultura.
"Essa meta de 136 milhões de toneladas é bastante realista, já que destinar mais milho do que isso para a produção de álcool seria inviável, em razão de não haver espaço para um aumento de área plantada equivalente", diz Siqueira.
Tomando como base as usinas em construção, a capacidade de produção de álcool dos Estado Unidos atingirá o teto de 56,8 bilhões de litros já no final de 2009. Mas, embora a situação das usinas tenha melhorado de setembro para cá -o preço do álcool saiu de US$ 1,50 por galão (3,785 litros) no final de setembro para os atuais US$ 2 atuais-, o setor ainda tem vários desafios pela frente, como melhorar a infra-estrutura de distribuição e driblar os altos preços do milho, que devem continuar firmes em 2008, afirma Siqueira.
O novo programa atende aos produtores norte-americanos, que já vinham há algum tempo pedindo ao governo uma ampliação da meta, que era de 28,4 bilhões de litros em 2012.


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