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Aumentam chances de recessão nos EUA, afirma Greenspan
DA FOLHA ONLINE
O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano) Alan Greenspan disse ontem que as probabilidades de uma recessão nos
EUA estão "aumentando
claramente" e destacou que
o país se aproxima da "estagnação econômica".
Greenspan afirmou, em
entrevista à NPR (Rádio Pública Nacional Americana),
que a economia do país está
vulnerável. "Alguém que não
tenha um sistema imunológico que não funciona muito
bem está sujeito a todo tipo
de enfermidades e a economia nos atuais níveis de crescimento está sujeita a todo
tipo de abalo possível."
A economia americana
cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano -acima da
estimativa inicial, de 3,9%.
Para o atual trimestre, no
entanto, a expectativa é que
o ritmo da economia americana tenha registrado uma
desaceleração. A divulgação
da primeira estimativa sobre
o desempenho da economia
no quarto trimestre deste
ano está programada para o
dia 30 de janeiro.
Em pesquisa divulgada no
último dia 11, mesmo dia em
que o Fed reduziu sua taxa
de juros de 4,5% para 4,25%,
o diário americano "Wall
Street Journal" informou
que a chance de uma recessão nos Estados Unidos chegou ao maior nível em mais
de três anos (38%).
Greenspan rebateu as críticas de que ele teria contribuído para a formação de
uma bolha no setor imobiliário durante sua permanência
à frente do banco (de agosto
de 1987 a janeiro de 2006),
com uma política de juros
baixos. "[Esse argumento]
não coincide com os fatos",
disse, indicando que "há bolhas imobiliárias em 20 países ou mais no mundo todo"
e acrescentando que o fenômeno ocorre devido à diminuição dos juros de longo
prazo em muitos lugares.
"Concluímos que as forças
monetárias que estavam
surgindo em escala global
eram tão esmagadoras frente aos recursos do banco
central que, de fato, perdemos o controle sobre os juros a longo prazo e as forças
que movimentavam a alta
dos preços dos imóveis."
Questionado sobre se o
Fed poderia ter prevenido
ou aliviado os efeitos da bolha, destacou que "só havia
uma coisa que poderia ser
feita: cortar o crédito a curto
prazo" -o que poderia ter
afetado a economia americana. "Existem provas claras
de que não há nada que os
bancos centrais pudessem
ter feito ou tentado fazer."
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