São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Aumentam chances de recessão nos EUA, afirma Greenspan

DA FOLHA ONLINE

O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano) Alan Greenspan disse ontem que as probabilidades de uma recessão nos EUA estão "aumentando claramente" e destacou que o país se aproxima da "estagnação econômica".
Greenspan afirmou, em entrevista à NPR (Rádio Pública Nacional Americana), que a economia do país está vulnerável. "Alguém que não tenha um sistema imunológico que não funciona muito bem está sujeito a todo tipo de enfermidades e a economia nos atuais níveis de crescimento está sujeita a todo tipo de abalo possível."
A economia americana cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano -acima da estimativa inicial, de 3,9%. Para o atual trimestre, no entanto, a expectativa é que o ritmo da economia americana tenha registrado uma desaceleração. A divulgação da primeira estimativa sobre o desempenho da economia no quarto trimestre deste ano está programada para o dia 30 de janeiro.
Em pesquisa divulgada no último dia 11, mesmo dia em que o Fed reduziu sua taxa de juros de 4,5% para 4,25%, o diário americano "Wall Street Journal" informou que a chance de uma recessão nos Estados Unidos chegou ao maior nível em mais de três anos (38%).
Greenspan rebateu as críticas de que ele teria contribuído para a formação de uma bolha no setor imobiliário durante sua permanência à frente do banco (de agosto de 1987 a janeiro de 2006), com uma política de juros baixos. "[Esse argumento] não coincide com os fatos", disse, indicando que "há bolhas imobiliárias em 20 países ou mais no mundo todo" e acrescentando que o fenômeno ocorre devido à diminuição dos juros de longo prazo em muitos lugares.
"Concluímos que as forças monetárias que estavam surgindo em escala global eram tão esmagadoras frente aos recursos do banco central que, de fato, perdemos o controle sobre os juros a longo prazo e as forças que movimentavam a alta dos preços dos imóveis."
Questionado sobre se o Fed poderia ter prevenido ou aliviado os efeitos da bolha, destacou que "só havia uma coisa que poderia ser feita: cortar o crédito a curto prazo" -o que poderia ter afetado a economia americana. "Existem provas claras de que não há nada que os bancos centrais pudessem ter feito ou tentado fazer."


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