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MySpace anuncia versão para celulares
Rede social, que já tem 1 milhão de brasileiros, oficializa sua chegada ao Brasil e enfatiza preocupação com segurança
Site de relacionamento tem equipe de 300 pessoas nas Filipinas para monitorar todas as imagens que são inseridas pelos usuários
CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
O MySpace (www.myspace.com), maior rede social do
mundo, já tem uma versão em
português disponível para celulares. O vice-presidente da
empresa, Emerson Calegaretti,
apresentou para a Folha o site
de testes para dispositivos móveis. "Temos muito interesse
em oferecer [o MySpace no celular] no Brasil, que é o quarto
país do mundo em uso de celular por jovens entre 15 e 24
anos. Além disso, há mais usuários de celular do que de internet aqui", comenta o uruguaio
Victor Andre Kong, vice-presidente do MySpace América Latina.
Nesta semana, aconteceu o
primeiro contato com a imprensa da companhia, que se
instalou no Brasil há três meses. O objetivo foi anunciar
que, na próxima quarta-feira, a
versão para internet tradicional deixará de ser em fase de
teste para estrear sua versão final, quando acontecerá o primeiro Secret Show no país, em
São Paulo, no qual irá se apresentar a banda teen NXZero.
A empresa contou também
que está prestes a abrir seu terceiro escritório na América Latina, que ficará na Argentina. O
primeiro foi no México.
O escritório da sede brasileira, situado na Vila Olímpia,
abriga dez funcionários e é liderado pelo próprio Calegaretti, que foi o primeiro funcionário do Google Brasil, pelo diretor de conteúdo Luiz César Pimentel, que já foi jornalista no
UOL, pela diretora comercial
Andréa Orsolon, que já atuou
na agência de marketing Rapp
Collins, e pelo diretor de marketing, Haryson Oliveira, ex-Som Livre.
"A estratégia do MySpace é
contratar uma equipe local para fazer marketing, vendas,
conteúdo e publicidade", explica Kong. O executivo não revela o quanto foi investido na unidade brasileira. "Posso dizer
que foi bastante. O Brasil é
muito importante: é o maior
mercado on-line da América
Latina, com 70% do total
-muito maior que o segundo
lugar, o México." Confira alguns trechos da entrevista com
os executivos:
FOLHA - Você acredita que as pessoas que usam Orkut irão migrar para o MySpace?
VICTOR ANDRE KONG - Acreditamos que teremos tanto novos
usuários quanto pessoas que
usam outros sites.
FOLHA - Mas será que as pessoas
vão manter perfis em duas redes sociais?
KONG - Nós acreditamos que
sim. Mais do que duas, não.
Mas duas, sim, porque em outros países as pessoas mantêm.
FOLHA - A criação de um perfil com
cenário personalizado não é tão
simples para quem se assusta com
os códigos HTML. Haverá algum assistente mais simplificado ou não?
EMERSON CALEGARETTI - Sim, nós
já temos uma ferramenta que
se chama Profile Editor e tem
seções específicas para editar,
tudo por cliques. Ninguém vai
precisar conhecer HTML.
FOLHA - Na sua opinião, por que o
MySpace fez mais sucesso nos Estados Unidos do que o Orkut?
CALEGARETTI - A primeira razão
é porque o MySpace começou
antes. Depois, porque privilegiou o formato customizado, ou
seja, os jovens gostam de marcar sua personalidade e podem
deixar o perfil diferente do de
outros.
KONG - A outra coisa é que
muitos músicos começaram a
usar MySpace. Ficou cool. Tom
Hanks [ator], Serena Williams
[jogadora de tênis] e Paris Hilton têm MySpace, e eles mesmo atualizam [sua página].
CALEGARETTI - Tom Hanks foi à
Oprah [apresentadora norte-americana de programa de auditório] e disse que ele mesmo
atualiza o perfil [www.myspace.com/tomhanks].
FOLHA - Haverá parceria com alguma empresa de conteúdo nacional,
no caso de vídeos?
KONG - Estamos falando com
várias empresas de TV, rádio,
filmes e internet.
FOLHA - Em relação à segurança,
como o MySpace vai se comportar
para proteger os usuários da ação de
pedófilos?
CALEGARETTI - Como a gente vive de publicidade, todos os 8
milhões de imagens que sobem
diariamente no site são verificados manualmente.
FOLHA - Como isso é possível?
KONG - Nós temos uma equipe
de 300 pessoas nas Filipinas,
cujo trabalho é exclusivamente
verificar essas imagens. Além
disso, em cada país onde há um
escritório, tem uma pessoa que
trabalha perto das ONGs, ministério público, polícia civil e
federal. Esses responsáveis se
reportam ao Chief Security Officer [Hemanshu Nigam, nomeado em abril de 2006], que
já foi procurador da República
nos Estados Unidos [ele trabalhou no Departamento de Justiça dos Estados Unidos em
ação contra exploração de
crianças na internet].
FOLHA - No Brasil, vocês já têm essa pessoa?
KONG - Ainda não, mas teremos uma em muito breve, estamos procurando.
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