São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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MySpace anuncia versão para celulares

Rede social, que já tem 1 milhão de brasileiros, oficializa sua chegada ao Brasil e enfatiza preocupação com segurança

Site de relacionamento tem equipe de 300 pessoas nas Filipinas para monitorar todas as imagens que são inseridas pelos usuários

CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O MySpace (www.myspace.com), maior rede social do mundo, já tem uma versão em português disponível para celulares. O vice-presidente da empresa, Emerson Calegaretti, apresentou para a Folha o site de testes para dispositivos móveis. "Temos muito interesse em oferecer [o MySpace no celular] no Brasil, que é o quarto país do mundo em uso de celular por jovens entre 15 e 24 anos. Além disso, há mais usuários de celular do que de internet aqui", comenta o uruguaio Victor Andre Kong, vice-presidente do MySpace América Latina.
Nesta semana, aconteceu o primeiro contato com a imprensa da companhia, que se instalou no Brasil há três meses. O objetivo foi anunciar que, na próxima quarta-feira, a versão para internet tradicional deixará de ser em fase de teste para estrear sua versão final, quando acontecerá o primeiro Secret Show no país, em São Paulo, no qual irá se apresentar a banda teen NXZero.
A empresa contou também que está prestes a abrir seu terceiro escritório na América Latina, que ficará na Argentina. O primeiro foi no México.
O escritório da sede brasileira, situado na Vila Olímpia, abriga dez funcionários e é liderado pelo próprio Calegaretti, que foi o primeiro funcionário do Google Brasil, pelo diretor de conteúdo Luiz César Pimentel, que já foi jornalista no UOL, pela diretora comercial Andréa Orsolon, que já atuou na agência de marketing Rapp Collins, e pelo diretor de marketing, Haryson Oliveira, ex-Som Livre.
"A estratégia do MySpace é contratar uma equipe local para fazer marketing, vendas, conteúdo e publicidade", explica Kong. O executivo não revela o quanto foi investido na unidade brasileira. "Posso dizer que foi bastante. O Brasil é muito importante: é o maior mercado on-line da América Latina, com 70% do total -muito maior que o segundo lugar, o México." Confira alguns trechos da entrevista com os executivos:

 

FOLHA - Você acredita que as pessoas que usam Orkut irão migrar para o MySpace?
VICTOR ANDRE KONG -
Acreditamos que teremos tanto novos usuários quanto pessoas que usam outros sites.

FOLHA - Mas será que as pessoas vão manter perfis em duas redes sociais?
KONG -
Nós acreditamos que sim. Mais do que duas, não. Mas duas, sim, porque em outros países as pessoas mantêm.

FOLHA - A criação de um perfil com cenário personalizado não é tão simples para quem se assusta com os códigos HTML. Haverá algum assistente mais simplificado ou não?
EMERSON CALEGARETTI -
Sim, nós já temos uma ferramenta que se chama Profile Editor e tem seções específicas para editar, tudo por cliques. Ninguém vai precisar conhecer HTML.

FOLHA - Na sua opinião, por que o MySpace fez mais sucesso nos Estados Unidos do que o Orkut?
CALEGARETTI -
A primeira razão é porque o MySpace começou antes. Depois, porque privilegiou o formato customizado, ou seja, os jovens gostam de marcar sua personalidade e podem deixar o perfil diferente do de outros.
KONG - A outra coisa é que muitos músicos começaram a usar MySpace. Ficou cool. Tom Hanks [ator], Serena Williams [jogadora de tênis] e Paris Hilton têm MySpace, e eles mesmo atualizam [sua página].
CALEGARETTI - Tom Hanks foi à Oprah [apresentadora norte-americana de programa de auditório] e disse que ele mesmo atualiza o perfil [www.myspace.com/tomhanks].

FOLHA - Haverá parceria com alguma empresa de conteúdo nacional, no caso de vídeos?
KONG -
Estamos falando com várias empresas de TV, rádio, filmes e internet.

FOLHA - Em relação à segurança, como o MySpace vai se comportar para proteger os usuários da ação de pedófilos?
CALEGARETTI -
Como a gente vive de publicidade, todos os 8 milhões de imagens que sobem diariamente no site são verificados manualmente.

FOLHA - Como isso é possível?
KONG -
Nós temos uma equipe de 300 pessoas nas Filipinas, cujo trabalho é exclusivamente verificar essas imagens. Além disso, em cada país onde há um escritório, tem uma pessoa que trabalha perto das ONGs, ministério público, polícia civil e federal. Esses responsáveis se reportam ao Chief Security Officer [Hemanshu Nigam, nomeado em abril de 2006], que já foi procurador da República nos Estados Unidos [ele trabalhou no Departamento de Justiça dos Estados Unidos em ação contra exploração de crianças na internet].

FOLHA - No Brasil, vocês já têm essa pessoa?
KONG -
Ainda não, mas teremos uma em muito breve, estamos procurando.


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