São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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memória

Atuação de Dantas gerou investigações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia 25 de abril deste ano, o banqueiro Daniel Dantas (Opportunity) recebeu a confirmação de que ficaria mais rico em US$ 1 bilhão. Contudo, o dia que parecia consagrar o final de uma briga e de negociações que se arrastavam por anos, com o fechamento do acordo de venda da Brasil Telecom para a Oi, representava também o episódio de uma nova batalha do banqueiro.
A fusão entre as duas teles foi um dos tópicos investigados pela Polícia Federal, ainda que indiretamente, na Operação Satiagraha, que levaria à prisão Dantas e mais 21 pessoas, incluindo vários executivos do Opportunity.
Dantas foi parte central nas negociações da venda da BrT para a Oi. O Opportunity era acionista nas cadeias societárias das duas empresas.
Para defender os seus interesses na transação perante o governo e os fundos de pensão, ele contratou o ex-deputado petista e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. No relatório da Satiagraha, a Polícia Federal descreveu a atuação de Greenhalgh como "tráfico de influência" e "lobby" sobre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Dilma teria sido procurada por Greenhalgh em março, um mês antes da venda da empresa. Segundo a PF, Greenhalgh, em uma de suas conversas grampeadas, disse que Dilma teria mandado "o recado" de que "eu [ministra] não quero falar sobre esse assunto, que o governo já se meteu demais". As investigações da PF não esclareceram até agora como e se o lobby de Greenhalgh reverteu em benefício a Dantas.
Sabe-se, contudo, que o banqueiro foi um dos maiores beneficiários da operação. Além de embolsar cerca de US$ 1 bilhão de dólares, todas as ações na Justiça que os fundos de pensão estatais e o Citibank (sócios das BrT) moveram contra o Opportunity, acusando o grupo de Dantas de fraudes e desvios na gestão da BrT, foram retiradas como parte do acordo de venda da empresa à Oi.


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