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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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VIZINHO EM CRISE

País não paga US$ 681 mi e afirma que também não quitará dívida com o FMI que vence amanhã

Argentina recua e deixa de pagar BID

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

A Argentina não pagou ontem uma dívida de US$ 681 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Com o novo atraso, o governo argentino entra oficialmente em "default" com dois organismos multilaterais de crédito, já que o país já havia deixado de pagar duas dívidas com o Bird (Banco Mundial) que venceram em novembro de 2002.
A decisão surpreendeu os analistas argentinos, que esperavam que o país começasse hoje a pagar as dívidas com os organismos. A regularização da situação do país com os organismos multilaterais é uma das exigências do FMI (Fundo Monetário Internacional) para assinar um acordo de transição com a Argentina.
Ontem, um comunicado do BID informou que a decisão obriga a instituição a cancelar todos os novos desembolsos que estavam previstos para o país. O comunicado também informava, no entanto, que o ministro Roberto Lavagna (Economia) enviou nota ao BID onde diz esperar que o "atraso seja breve".
Segundo o governo argentino, o atraso ocorreu por "questões técnicas". A constituição do país proíbe o governo de usar as reservas internacionais do Banco Central para pagar dívidas.
No início da noite, o ministro da Economia Roberto Lavagna afirmou que a Argentina não pagará dívidas com organismo internacionais enquanto não fechar um acordo com o FMI que garanta a entrada de dinheiro novo no país.
Durante a entrevista Lavagna foi questionado se pagaria na próxima sexta-feira outra dívida do país com o FMI no valor de US$ 1,065 bilhão que vence amanhã. A resposta: "A política é a mesma, só com um programa de refinanciamento dos compromissos, a Argentina vai cumprir com suas obrigações".
O governo argentino espera para hoje algum sinal do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre o rascunho da carta de intenções que o país enviou à direção do organismo.
A carta foi redigida por técnicos do Fundo que fazem parte da missão que está na Argentina desde quinta-feira da semana passada e aprovada pelo governo.
Lavagna também disse ontem que o FMI fez novas objeções em relação a política monetária argentina: "Há uma discussão sobre a expansão monetária."


Com as agências internacionais



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