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VIZINHO EM CRISE
País não paga US$ 681 mi e afirma que também não quitará dívida com o FMI que vence amanhã
Argentina recua e deixa de pagar BID
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
A Argentina não pagou ontem
uma dívida de US$ 681 milhões
com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Com o
novo atraso, o governo argentino
entra oficialmente em "default"
com dois organismos multilaterais de crédito, já que o país já havia deixado de pagar duas dívidas
com o Bird (Banco Mundial) que
venceram em novembro de 2002.
A decisão surpreendeu os analistas argentinos, que esperavam
que o país começasse hoje a pagar
as dívidas com os organismos. A
regularização da situação do país
com os organismos multilaterais
é uma das exigências do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
para assinar um acordo de transição com a Argentina.
Ontem, um comunicado do
BID informou que a decisão obriga a instituição a cancelar todos os
novos desembolsos que estavam
previstos para o país. O comunicado também informava, no entanto, que o ministro Roberto Lavagna (Economia) enviou nota ao
BID onde diz esperar que o "atraso seja breve".
Segundo o governo argentino, o
atraso ocorreu por "questões técnicas". A constituição do país
proíbe o governo de usar as reservas internacionais do Banco Central para pagar dívidas.
No início da noite, o ministro da
Economia Roberto Lavagna afirmou que a Argentina não pagará
dívidas com organismo internacionais enquanto não fechar um
acordo com o FMI que garanta a
entrada de dinheiro novo no país.
Durante a entrevista Lavagna
foi questionado se pagaria na próxima sexta-feira outra dívida do
país com o FMI no valor de US$
1,065 bilhão que vence amanhã. A
resposta: "A política é a mesma,
só com um programa de refinanciamento dos compromissos, a
Argentina vai cumprir com suas
obrigações".
O governo argentino espera para hoje algum sinal do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre o rascunho da carta de intenções que o país enviou à direção
do organismo.
A carta foi redigida por técnicos
do Fundo que fazem parte da missão que está na Argentina desde
quinta-feira da semana passada e
aprovada pelo governo.
Lavagna também disse ontem
que o FMI fez novas objeções em
relação a política monetária argentina: "Há uma discussão sobre
a expansão monetária."
Com as agências internacionais
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