UOL


São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA vetam benefício como o do brasileiro

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Se tivesse sido nomeado "chairman" do Fed (Federal Reserve) em vez de presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles teria de largar sua aposentadoria privada do FleetBoston, onde esteve até agosto de 2002, e vender suas 417.389 ações do banco para evitar conflito de interesses.
Essas têm sido as determinações do "Office of Government Ethics", conselho de ética que fiscaliza nomeações para a administração federal direta nos EUA e para o Fed.
Em 1996, o conselho uniformizou o entendimento de que, diferentemente de aposentadorias públicas, planos de previdência privada têm relação com antigos empregadores.
"Planos de previdência privada são tão ligados às companhias patrocinadoras que um funcionário do governo participante ou beneficiário do plano possui um interesse financeiro capaz de criar um conflito de interesses", definiu Stephen Potts, agente do conselho, em várias decisões relacionadas com previdência privada de funcionários públicos no país.
Nos EUA, Meirelles também teria que vender suas ações do banco. Em 2001, o ex-secretário do Tesouro Paul O'Neill foi instado pelo "Office" a vender suas ações na Alcoa, companhia que presidia antes de entrar no governo, no valor de US$ 100 milhões. O vice-presidente Dick Cheney vendeu US$ 80 milhões em ações da Halliburton, companhia de energia que presidia.
A lógica disse é que as autoridades tomam decisões que afetam não só seus próprios patrimônios como também a solidez dos planos privados de aposentadoria.


Texto Anterior: Ética: Meirelles não infringe norma, diz comissão
Próximo Texto: Petróleo: Petrobras vai "alugar" plataforma holandesa
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.