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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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BNDES

Alvo é fim do desentendimento

Lessa não terá reunião sem presença de Furlan

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, afirmou ontem à Folha que sempre que for falar com alguma instância superior do governo, seja um ministro ou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, terá que estar presente.
Segundo Lessa, Furlan só não estará presente se não for ele quem tomar a iniciativa do encontro e sim o presidente Lula ou outro ministro. "Eu não vou promover nenhum entendimento de minha própria iniciativa sem antes avisar o ministro", afirmou.
Foi esse um dos pontos acertados entre ele e Furlan para acabar com os desentendimentos ocorridos entre os dois nos primeiros dias do governo. Ao mesmo tempo, Lessa terá total liberdade para cuidar da administração do banco. "Por definição, essa foi uma das minhas exigências para aceitar o convite para presidir o BNDES", afirmou.
Na conversa entre os dois, Furlan, que preside o conselho de administração do BNDES, também pediu a Lessa que o conselho passasse a ter uma presença mais ativa dentro do banco. Para isso, será criada uma secretaria de apoio ao conselho cujo titular será indicado por Furlan.
Lessa reconheceu que, nos primeiros dias de governo, ocorreram desentendimentos entre ele e Furlan. "Houve uma cacofonia entre a gente, mas conversando as coisas se esclareceram", disse o presidente do BNDES.
Lessa atribui essa "cacofonia" ao fato de os dois não se conhecerem. "Eu sou um professor, e ele, um empresário bem sucedido, e não nos conhecíamos, por isso houve essa relação de estranhamento", disse Lessa.
O presidente do BNDES afirmou também que, nas conversas que teve com Furlan, o ministro nunca cogitou a possibilidade de divisão do banco em dois. Uma parte cuidaria do banco de fomento e outra da exportação. De qualquer forma, a Folha apurou que Furlan desistiu da idéia, depois do entendimento acertado com Lessa.
O presidente do BNDES concordou, no entanto, em desenvolver iniciativas dentro do banco para incentivar as exportações de pequenas e médias empresas, idéia defendida por Furlan. Segundo Lessa, o ministro acha que há um grande potencial exportador por parte delas. Lessa tem dúvidas nessa estratégia. "Não sei se isso é tão verdadeiro, exportar é muito complexo, mas é uma bela aposta", afirmou.


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