São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Real forte provoca queda do emprego nas empresas do setor

DA SUCURSAL DO RIO

O recuo da cotação do dólar em 2006 causou estragos à indústria, especialmente quanto ao desempenho do emprego: o nível de ocupação no setor caiu 0,2% no acumulado de janeiro a novembro do ano passado, de acordo com o IBGE.
Em novembro, o número de empregados na indústria também teve queda de 0,2% na comparação livre de efeitos sazonais com outubro. Já em relação a outubro de 2005, o emprego subiu 0,6%, na maior alta desde junho de 2005 (1,2%).
Outro dado preocupante da pesquisa foi a retração de 4,2% da folha de pagamento da indústria, após quatro meses seguidos de avanço da renda.
A queda da folha de pagamento, diz o IBGE, foi provocada por um movimento de muitas firmas de antecipar o pagamento do 13º em outubro.
Segundo o IBGE, nota-se o efeito negativo do câmbio sobre o emprego nos resultados setoriais.
Afetados pela concorrência de importados e pela menor competitividade das exportações brasileiras, os ramos que mais demitiram foram calçados (-13% ante novembro de 2005) e vestuário (-5,3%). São justamente dois dos setores que mais geram mão-de-obra.
"Existem atividades que sofrem com a maior entrada de produtos importados em decorrência do cambio. Isso tem impacto primeiro na produção e depois do emprego", disse André Macedo, do IBGE.
Regionalmente, fica claro o efeito negativo do câmbio. O Rio Grande do Sul, grande produtor calçadista, foi o Estado que mais contribuiu para a queda do emprego -cedeu 6,7% ante novembro de 2005.
Com um parque industrial mais diversificado, São Paulo viu o emprego industrial crescer 1,1% em novembro. O Estado teve a maior contribuição positiva no resultado geral, ao lado do Centro-Oeste (8,2%).
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), "o fundo do poço" da produção industrial nas regiões onde o emprego vai pior já foi alcançado, o que abre espaço para reação neste ano.
Já o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) diz que, "sem um crescimento mais vigoroso da produção industrial, o emprego no setor fabril não apresentará trajetória muito distinta" da de 2006.


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