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Real forte provoca queda do emprego nas empresas do setor
DA SUCURSAL DO RIO
O recuo da cotação do dólar
em 2006 causou estragos à indústria, especialmente quanto
ao desempenho do emprego: o
nível de ocupação no setor caiu
0,2% no acumulado de janeiro
a novembro do ano passado, de
acordo com o IBGE.
Em novembro, o número de
empregados na indústria também teve queda de 0,2% na
comparação livre de efeitos sazonais com outubro. Já em relação a outubro de 2005, o emprego subiu 0,6%, na maior alta
desde junho de 2005 (1,2%).
Outro dado preocupante da
pesquisa foi a retração de 4,2%
da folha de pagamento da indústria, após quatro meses seguidos de avanço da renda.
A queda da folha de pagamento, diz o IBGE, foi provocada por um movimento de muitas firmas de antecipar o pagamento do 13º em outubro.
Segundo o IBGE, nota-se o
efeito negativo do câmbio sobre o emprego nos resultados
setoriais.
Afetados pela concorrência
de importados e pela menor
competitividade das exportações brasileiras, os ramos que
mais demitiram foram calçados (-13% ante novembro de
2005) e vestuário (-5,3%). São
justamente dois dos setores
que mais geram mão-de-obra.
"Existem atividades que sofrem com a maior entrada de
produtos importados em decorrência do cambio. Isso tem
impacto primeiro na produção
e depois do emprego", disse André Macedo, do IBGE.
Regionalmente, fica claro o
efeito negativo do câmbio. O
Rio Grande do Sul, grande produtor calçadista, foi o Estado
que mais contribuiu para a queda do emprego -cedeu 6,7%
ante novembro de 2005.
Com um parque industrial
mais diversificado, São Paulo
viu o emprego industrial crescer 1,1% em novembro. O Estado teve a maior contribuição
positiva no resultado geral, ao
lado do Centro-Oeste (8,2%).
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial), "o fundo do poço"
da produção industrial nas regiões onde o emprego vai pior
já foi alcançado, o que abre espaço para reação neste ano.
Já o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo)
diz que, "sem um crescimento
mais vigoroso da produção industrial, o emprego no setor fabril não apresentará trajetória
muito distinta" da de 2006.
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