|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo sanciona lei que abre mercado de resseguro
Medida, porém, ainda precisa ser regulamentada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Foi sancionada ontem a lei
que abre o mercado brasileiro
de resseguros, hoje monopolizado pelo IRB (Instituto de
Resseguros do Brasil), empresa
pública que tem pouco menos
de 50% de seu capital nas mãos
de acionistas privados. A idéia
do governo é estimular a concorrência no setor.
Mas, para entrar efetivamente em vigor, a norma precisa ser
regulamentada pelo Conselho
Nacional de Seguros Privados,
órgão formado por representantes de vários ministérios,
além do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários.
Resseguro é o nome dado a
operações em que seguradoras
buscam se proteger do risco de
terem que, sozinhas, arcar com
indenizações previstas em apólices de grande valor. Quando
vai fazer o seguro de uma plataforma de petróleo, por exemplo, a própria seguradora faz
um resseguro, para ter alguém
com quem dividir a conta caso
ocorra algum acidente.
A lei foi sancionada pelo vice-presidente José Alencar, que,
ontem, exerceu interinamente
a Presidência, durante a viagem
de Lula ao Equador. Na cerimônia, o secretário-executivo do
Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que a regulamentação ainda deve "demorar
uns meses" para ser feita. "A
idéia é fazer uma transição gradual no processo de abertura
do mercado de resseguros."
Sem privatização
Appy aproveitou para negar
que o IRB vá ser privatizado,
como chegou a ser discutido
por alguns membros da equipe
econômica quando Antonio
Palocci Filho era o titular da
Fazenda.
"O governo não pretende e
não irá privatizar o IRB. A idéia
do governo é manter o IRB como um participante do mercado aberto de resseguros", disse
o secretário.
Houve ainda alguns vetos ao
texto aprovado no Congresso.
Entre eles está o artigo que previa que, no caso de algum acionista privado retirar o dinheiro
que foi investido por ele no
IRB, a empresa receberia do
Tesouro Nacional um aporte de
recursos equivalente ao valor
do saque.
Segundo a Presidência, a medida foi vetada devido ao aumento de despesa que ela acarretaria, sem que houvesse uma
correspondente fonte de receitas para cobri-la. Ainda assim, o
governo diz que o veto à obrigatoriedade do aporte de recursos
não impede que o Tesouro faça
algum aporte de capital no IRB
se julgar necessário.
Texto Anterior: Maioria não confia nos políticos e empresários Próximo Texto: Frase Índice
|