São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Teles prevêem perda com conta por minuto

Associação estima que usuários poderão se enquadrar em planos mais adequados ao seu perfil, o que acarretará receita menor

Com o sistema de pulsos, medição é imprecisa e não permite monitorar o perfil das ligações fixas locais; mudança começa em março

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas de telefonia fixa avaliam que poderão ter perdas financeiras com a implantação do sistema de tarifação por minuto para ligações locais. Como o sistema de minutos é mais transparente, os usuários, com o tempo, poderão se enquadrar em planos mais adequados ao seu perfil de uso.
Com o sistema de pulsos, isso não é possível porque a medição é imprecisa e, por isso, não permite ao usuário monitorar o perfil das ligações fixas locais. O fim da cobrança por pulso se inicia em março e, a partir de 1º de agosto, não existirá mais.
"Se houver uma escolha racional ao longo do tempo, vai haver perda de receita para as operadoras", disse José Fernandes Pauletti, presidente-executivo da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado).
Além dos planos específicos que cada concessionária pode criar para oferecer facultativamente aos seus clientes, haverá dois planos obrigatórios: o básico e o alternativo. O básico, recomendado a quem faz ligações de curta duração (menores que três minutos), tem franquia mensal de 200 minutos.
O alternativo tem franquia de 400 minutos, mas tem taxa de completamento de ligações, equivalente a quatro minutos. Esse plano é mais indicado para quem faz ligações locais de longa duração, especialmente para acesso discado à internet.

Orientação
A orientação de Pauletti para o consumidor que está em dúvida sobre qual plano escolher é não fazer nada. Ao não manifestar sua opção, o usuário é automaticamente enquadrado no plano básico. A partir daí, segundo ele, o consumidor deve esperar a chegada de três ou quatro contas para poder avaliar corretamente o seu perfil.
Para fazer essa avaliação, o consumidor deverá solicitar uma conta detalhada -que deverá ser fornecida sem custos.
As concessionárias de telefonia fixa não são obrigadas a fazer a modificação em todos os locais. Onde não for implantada a cobrança por minutos, no entanto, os assinantes não pagarão mais por ligações locais feitas para outros telefones fixos. Serão cobradas só assinatura e ligações para celulares ou de longa distância.
A Abrafix estima que 3% dos 42 milhões de usuários das concessionárias fixas não serão cobrados por minutos e passarão a ter o que se chama de "tarifa flat" para ligações locais. Isso deve acontecer principalmente em pequenos municípios do interior nas áreas da Brasil Telecom e da Telemar.
A Telefônica disse que fará a conversão para minuto em todo o Estado de São Paulo.
A mudança de pulso para minutos favorece quem faz ligações mais curtas. Para ligações de maior duração, o custo deve subir. A Pro Teste informou haver aumentos de até 127% no custo de uma ligação de sete minutos no plano básico.


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