|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País manterá o resgate antecipado da dívida externa
Tesouro resgatou US$ 6 bi em 2006 usando reservas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao longo de 2006, o Tesouro
Nacional resgatou antecipadamente US$ 6,1 bilhões em títulos da dívida externa brasileira
que venceriam entre 2007 e
2012. De acordo com o Tesouro, isso vai permitir ao governo
economizar US$ 2,5 bilhões em
juros ao longo desse período.
Para efetuar essa recompra,
foram gastos US$ 7,1 bilhões,
pois o Tesouro precisou arcar
com o ágio que incide sobre os
títulos brasileiros negociados
no exterior. O dinheiro usado
nessas operações sai das reservas internacionais, hoje em
cerca de US$ 88 bilhões, nível
mais alto da história.
O total comprado representa
pouco mais de um terço dos
cerca de US$ 17 bilhões em títulos brasileiros com vencimento
até 2012 que eram negociados
no mercado internacional até o
começo do ano passado.
Neste ano, o Tesouro pretende continuar a pagar antecipadamente parte da dívida brasileira, mas não irá adotar nenhuma restrição em relação a
seus prazos: papéis com qualquer vencimento poderão ser
recomprados. Ao todo, existem
cerca de US$ 49 bilhões em bônus emitidos pelo governo em
circulação no mundo.
Em nota divulgada ontem, o
Tesouro informa que, ao decidir dar continuidade ao programa de recompras, levou em
consideração a avaliação positiva que agências de classificação de risco têm feito em relação a esse tipo de iniciativa.
O texto destaca que, em 3 de
janeiro de 2006, o risco-país do
Brasil -que é inversamente
proporcional às cotações dos títulos brasileiros negociados no
exterior- estava em 302 pontos e no último dia 3 havia recuado para 188 pontos.
Também contribuiu para a
melhora desse indicador o resgate dos chamados "bradies",
títulos emitidos por vários países emergentes -incluindo o
Brasil- depois da renegociação
da dívida externa iniciada com
moratórias nos anos 1980.
Por terem sido emitidos depois de uma renegociação forçada da dívida, os "bradies" tinham valorização limitada e
impediam uma queda maior do
risco-país. No ano passado, o
governo gastou US$ 6,5 bilhões
para resgatar esses papéis, que
haviam sido emitidos em 1994
e só venceriam em 2024.
Reduzir a dívida externa significa economizar nas remessas de juros para o exterior.
Existe, porém, um custo: para
comprar os dólares usados no
resgate da dívida externa, o governo precisa pegar empréstimos em reais, e esses empréstimos são corrigidos pela taxa Selic, hoje em 13,25% ao ano
-mais caro que o custo da dívida externa.
Texto Anterior: Teles prevêem perda com conta por minuto Próximo Texto: Nacionalização: "Efeito Chávez" adia bônus da Argentina Índice
|