Se havia alguma dúvida se os Estados Unidos entrariam ou não em recessão e se o mundo iria sentir os efeitos da crise, parece que ontem as incertezas diminuíram. O pessimismo aumentou bastante. A maior dúvida agora é saber quanto tempo irá durar a recessão.
Segundo Alexandre Mathias, diretor de operações do Unibanco Asset Management, a desaceleração americana deverá se estender por todo este ano. Ele acha que os EUA já estão em recessão e que a contaminação na economia global será inevitável.
O mercado reage a esse processo em três fases. Em primeiro lugar, a constatação da recessão americana, o que já parece um consenso. Depois, a aceitação da contaminação global, o que começa a ser discutido pelo mercado. Por fim, o efeito sobre os preços das commodities, coisa que ainda não entrou na pauta.
De acordo com Alexandre Mathias, haverá uma queda dos preços das commodities, provavelmente a partir do segundo semestre deste ano. Esse efeito pode se estender por até uns dois anos.
A previsão de Mathias é que a economia mundial, que cresceu ao ritmo de 5% ao ano nos últimos cinco anos, expanda-se em 4% neste ano e 3,5% em 2009. Trata-se de uma desaceleração importante que trará reflexos no mundo inteiro.
O Brasil tem que se preparar para esses tempos difíceis. Segundo Mathias, vai sair melhor da crise quem tiver melhores fundamentos. O Brasil tem bons fundamentos, mas, nos últimos meses, sofreu um processo de deterioração, com a perda da CPMF, os aumentos de impostos, o fundo soberano e a ameaça da crise de energia.
Não foi à toa que o risco-país se elevou em cerca de cem pontos. Diante da piora do cenário, o Brasil deveria priorizar o corte de gastos e resgatar a idéia de zerar o déficit nominal.
Segundo Alexandre Mathias, se houver uma crise de racionamento de energia, a recessão terá um efeito extremamente negativo sobre o país.

TUDO EM UM
No momento em que o mundo da moda passa por uma reviravolta com a formação de grandes grupos comandados por fundos de investimento, o casal Roberto e Raquel Davidowicz resolve mexer em sua marca, a Uma. A mudança estratégica envolve, além de uma nova sede -uma casa no bairro paulistano do Pacaembu, que reunirá produção, showroom e administração-, uma nova dinâmica na produção e na comercialização, com lançamentos menores e com maior freqüência. A idéia é aumentar a rentabilidade, com promoções menores e de período mais curto, e a comercialização nos pontos-de-venda (lojas próprias e multimarcas). A Uma faz seu desfile na sexta, na São Paulo Fashion Week.

PARA MENORES: FEIRA DE MODA INFANTIL DEVE GERAR R$ 110 MI EM NEGÓCIOS
A 30ª edição da FIT 0/16 (Feira Internacional do Setor Infantil, Teen e Bebê), que acontece de 22 a 25 deste mês, deve gerar negócios na ordem de R$ 110 milhões, segundo estimativas da organização. A previsão é que 9.000 compradores visitem a feira. Entre as 12 novas marcas participantes estão Ranelú, Chocolallo, Jujuba Carola, Neotextil e Okidoki.

AUTOFASHION
Na SPFW, a Fiat ocupará três espaços da Bienal com propostas diferentes: o Fiat Café por Piselli, a nova edição das FiaT-Shirts e a intervenção do Fiat Punto por Alexandre Herchcovitch.

ALÔ, MODA
Em 2008, a Motorola vai investir na sua estratégia que alia música e design. Vai dedicar 60% de sua verba de marketing em ações deste segmento. Nesta edição da SPFW, apresenta campanha para lançar o celular de música Motorokr U9, cuja garota propaganda é a cantora Fergie. O editorial teve criação e direção do fotógrafo David LaChapelle.

"PRÊT-À-MANGER"
Enquanto durar a SPFW, o chef Erick Jacquin vai servir em seu restaurante um menu degustação inspirado no mundo da moda, com preço fechado e batizado de "Criações Prêt-à-Manger".

ESTAÇÃO
A Tetra Pak, na SPFW, distribuirá 40 mil embalagens recicláveis criadas para o evento com ilustrações de linhas do metrô. As caixinhas Tetra Prisma têm sucos de uva e pêssego.

NA PASSARELA
A estilista Patricia Vieira, que apresenta sua coleção hoje na SPFW, fez parceria com a empresa de cosméticos brasileira Embelleze. Vieira assinará produtos exclusivos para a empresa.

CAPITAL E TRABALHO
A Fiesp e as centrais sindicais fizeram reunião ontem na sede da federação para discutir terceirização da mão-de-obra. Os dois lados buscam um consenso para resolver a questão diante das crescentes batidas do Ministério Público nas empresas. A expectativa é que cada parte ceda um pouco na questão.

NA CABECEIRA
Os best-sellers da economia neste primeiro semestre serão os balanços dos bancos americanos.

SERPENTINA
A Pernod Ricard Brasil investe R$ 4 milhões no Carnaval deste ano com foco nas festas do Nordeste.

NA BALANÇA A Votorantim Cimentos registrou o co-processamento de 400 mil toneladas de resíduos industriais em 2007.