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Vendas da indústria sobem pelo 5º mês consecutivo
CNI prevê avanço de 5% na área industrial em 2008
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As vendas industriais tiveram alta de 0,7% em novembro
ante outubro já descontados os
efeitos sazonais, configurando
o quinto mês consecutivo de
expansão, segundo levantamento da CNI (Confederação
Nacional da Indústria). Na
comparação com novembro de
2006, a elevação foi de 6,8%.
A ampliação do faturamento
ocorreu simultaneamente à
maior utilização da capacidade
instalada, que em novembro
atingiu o patamar recorde de
82,9%. Para este ano, a entidade prevê crescimento de 5% na
área industrial.
A CNI não vê a evolução do
uso do parque fabril como fator
de preocupação em termos de
pressão de preços e motivo para o Banco Central reforçar a
política monetária porque considera que investimentos em
curso irão se materializar a
tempo de ampliar a capacidade
das indústrias para atendimento da demanda.
Outro argumento apontado
pela equipe de economistas da
entidade é que a utilização da
capacidade tende a diminuir
entre janeiro e março. Uma das
preocupações do BC ao suspender a queda na taxa básica de
juros foi se os investimentos
feitos elevariam a produção a
tempo de atender um eventual
aumento de consumo.
"O início de 2008 vai ser positivo. Alguns setores, como o
de veículos e a indústria alimentícia, operam para atender
reposição de estoques. Deve
haver desaceleração do consumo em comparação ao fim do
ano e novas fábricas devem entrar em operação. O cenário é
de tranqüilidade, com menor
uso da capacidade instalada no
primeiro trimestre", analisa
Paulo Mol, economista da CNI.
A divulgação de um novo recorde no uso da capacidade instalada do setor industrial ocorre dias antes da primeira reunião de 2008 para definição dos
juros básicos pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do
Banco Central. A reunião está
marcada para a próxima semana, nos dias 22 e 23.
A avaliação da CNI de que o
nível da capacidade instalada
não representa ameaça ao controle de preços é respaldada pelo economista-chefe da CNC
(Confederação Nacional do Comércio), Carlos Thadeu de
Freitas. Segundo ele, a fonte de
pressão da inflação são os preços dos alimentos, e não os preços dos produtos industriais.
Essa não é a opinião da economista do Banco ABN Amro,
Zeina Latif. Baseada em um estudo elaborado pelo ABN, de
que os investimentos no Brasil
levam em média um ano e meio
para se materializarem, ela salienta que o Banco Central deveria redobrar a cautela na condução dos juros básicos. A recomendação de maior conservadorismo é feita com base na
combinação de uso elevado do
parque fabril e tendência de alta da inflação.
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