|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agrícolas evitam déficit da balança comercial
Superávit do setor, de US$ 49,7 bi, quebra recorde
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Não fossem as exportações
de produtos agrícolas, o Brasil
teria fechado o ano de 2007
com déficit na balança comercial. Havia dois anos o fenômeno não ocorreria, basicamente
pelo crescimento das exportações do país.
O alto preço das commodities impulsionou o agronegócio, que terminou o ano passado com superávit recorde de
US$ 49,7 bilhões -valor suficiente para manter positivo o
saldo de balança comercial brasileira, de US$ 40 bilhões no total. Foram US$ 58,4 bilhões de
produtos agrícolas exportados,
contra importações de US$ 8,7
bilhões.
Na estimativa do ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes,
o campo continuará auxiliando
a balança comercial brasileira
em 2008, com um superávit de
"US$ 55 bilhões, provavelmente US$ 60 bilhões".
"Quem efetivamente mantém o superávit da balança comercial e ainda cobre o déficit
dos demais setores é o setor
agrícola", disse o ministro.
As vendas do agronegócio foram beneficiadas pelas cotações recordes das principais
commodities agrícolas e pela
ampliação de mercados para o
complexo de carnes, fatores
que compensaram a valorização do real ante o dólar no ano
passado.
O complexo soja, por exemplo, apresentou crescimento de
22,3% nas exportações em
2007, apesar de uma queda de
2,9% no montante de toneladas
embarcadas, compensada pelo
aumento de 26% no preço.
Já o complexo de carnes registrou aumento de 30,7% nas
vendas no ano passado, quando
houve aumento de 13,2% no
preço e 15,5% de crescimento
na quantidade.
"A Bolsa de Chicago está em
alta há vários meses e o que se
pergunta no mercado é se os
preços já atingiram um teto ou
se há espaço para crescer. Nós
achamos que ainda há bastante
espaço", disse o secretário de
Relações Internacionais do
Agronegócio, Célio Porto.
O maior aumento registrado
na pauta de produtos foram os
309,1% do milho, que embarcou uma quantidade 178,1% superior ante um preço médio
47,1% acima do registrado em
2006. As vendas se beneficiaram da opção norte-americana
de utilizar o cereal como matéria-prima para a produção de
álcool.
Outra conseqüência dessa
política de Washington foi a redução nas vendas de álcool brasileiro para os Estados Unidos,
o que contribuiu decisivamente para uma queda de 8,7% na
exportação do agronegócio para os norte-americanos. Outro
fator que explica essa queda foi
a redução nas vendas de produtos de madeira, como móveis e
compensados, devido à crise
imobiliária que afeta os EUA.
O ano de 2008
Segundo Stephanes, o governo brasileiro dedica esforços
para abrir os mercados da Malásia, Filipinas, México, China
às carnes produzidas no país. A
expectativa da equipe do ministro, segundo apurou a Folha, é
anunciar ainda a abertura do
mercado japonês para a carne
suína brasileira neste ano,
quando se comemora o centenário da imigração japonesa.
O complexo de carnes também deve ultrapassar a soja e se
tornar o principal produto do
agronegócio brasileiro, com a
carne de frango em primeiro
lugar, à frente da de bovinos e
da de suínos.
Texto Anterior: Balanço: Pão de Açúcar vende R$ 17,6 bi em 2007, 7% a mais que em 2006 Próximo Texto: Comércio exterior sofre com falta de pessoal na Secex Índice
|