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Economia em alta atrai montadoras ao Brasil
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT
Com os mercados americano, europeu e japonês estáveis
ou mesmo em declínio, as montadoras têm olhado para os países emergentes com grande capacidade de crescimento, como
o Brasil, para elevar as vendas.
"O avanço na economia brasileira tem dado vantagem para
o mercado automotivo", diz
Rick Wagoner, presidente
mundial da General Motors.
A Chrysler, que acaba de se
separar da Mercedes-Benz,
aprendeu com a alemã que é
preciso atentar a novos mercados, e não só aos EUA. Por isso
ela se associou à Nissan para
construir, no México, um novo
carro para o mercado brasileiro. Por enquanto só se sabe que
ele será um sedã médio, terá
motor bicombustível e começará a ser vendido no segundo
semestre de 2009.
No ano passado, a Chrysler
vendeu 4.853 unidades no Brasil -ou cerca de 10% do que
vendeu na América Latina excluindo o México. A Venezuela
e o Chile ficaram na frente. "O
Brasil pode responder por 65%
das vendas", acredita Philip
Derderian, diretor-geral da
Chrysler no país.
A Chrysler quer duplicar, em
cinco anos, as 238 mil vendas
que concretizou no mercado
externo em 2007. E sabe que,
sem produto, não conseguirá:
terá quatro novidades no Brasil
neste ano (novos Cherokee
Sport e Caravan, 300C com
motor V6 e Journey).
Além disso, precisa convencer o consumidor de que não
sairá do Brasil como fez mais de
uma vez. Para Derderian, o segredo é mostrar que a rede de
concessionárias -hoje são 32
pontos-de-venda- e o serviço
de pós-venda continuam os
mesmos com o fim da fusão
com a Mercedes, que continua
dando o apoio operacional.
Para Dom DiMarco, que comanda as operações da Ford na
América Latina e no Canadá, a
associação da Chrysler com a
Nissan lembra o que ocorreu
quando a Ford e a Volkswagen
criaram a Autolatina no Brasil.
"É algo válido para um primeiro carro", disse à Folha ele, que
se aposenta em 1º de março.
Para crescer em 2008, a Ford
vai importar para o Brasil o
"crossover" canadense Edge
-o segmento, que mistura características de sedãs com as de
utilitários esportivos, cresceu
17% em 2007 nos EUA, e o Edge aumentou 60% seus emplacamentos. As vendas da Ford
subiram 21% no Brasil em
2007 e 18% na América do Sul.
De qualquer forma, é uma
decisão ousada, pois será preciso pagar 35% de Imposto de
Importação. Para muitas fábricas, a saída tem sido o México,
cujos produtos são isentos. O
presidente da General Motors
do Brasil, Jorge Ardila, estuda
importar de lá dois produtos: o
compacto Aveo e o utilitário
esportivo Captiva.
Com um mercado do tamanho do do Canadá, o Brasil é,
para a marca Chevrolet, o segundo mais importante do
mundo, ficando só atrás dos
EUA. Depois de fechar o ano
passado vendendo menos que
Fiat e Volkswagen, Argila promete buscar a liderança.
O impulso maior, porém, só
deve vir em 2009, quando a
marca passa a fazer, no Brasil e
na Argentina, uma nova família
de veículos. Além do bom momento no Mercosul, as contas
da matriz começam a melhorar
após os acordos com o sindicato dos trabalhadores: "As negociações dão a possibilidade de
competir em custos com os japoneses", diz Wagoner.
O jornalista JOSÉ AUGUSTO AMORIM viaja a convite da Anfavea
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