São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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JPMorgan lucra US$ 3 bi, mas decepciona

Resultado dos empréstimos ao consumidor mostra que problemas na economia americana persistem

DA REDAÇÃO

O JPMorgan Chase, um dos maiores bancos americanos, lucrou US$ 3,3 bilhões nos últimos três meses do ano passado, um aumento de 367% em relação ao mesmo período de 2008. Mas o resultado decepcionou tanto o mercado como a própria instituição, que o chamou de "um pouco desapontador".
O problema é que o ganho do banco se deveu em grande parte à divisão de investimento (que ajuda, por exemplo, empresas a vender suas ações para investidores), enquanto as operações ligadas à economia real continuaram problemáticas.
Os empréstimos a consumidor, que incluem hipotecas imobiliárias e financiamentos estudantil e de automóveis, tiveram prejuízo de US$ 1,4 bilhão no quarto trimestre de 2009, US$ 1 bilhão a mais que um ano antes -quando a crise da economia americana ficou ainda mais acentuada.
Além disso, o banco elevou em US$ 1,9 bilhão as suas provisões contra perdas no financiamento ao consumidor, que agora somam US$ 32 bilhões (o PIB anual do Uruguai).
O resultado indicou que, enquanto os negócios em Wall Street vão bem, o trabalhador americano continua em dificuldade para manter as suas contas em dia. E esse cenário se refletiu no dia da Bolsa de Nova York, cuja índice Dow Jones recuou 0,94%, e nas ações do JPMorgan Chase, que se desvalorizaram em 2,3%.
O presidente-executivo, Jamie Dimon, disse que o banco continua "cauteloso" com o cenário para os consumidores. Isso porque, apesar de as contas em atraso estarem se estabilizando, os custos do financiamento continuam altos e o desemprego alto e os preços baixos dos imóveis continuam a preocupar.
Em todo o ano passado, o JPMorgan teve um lucro de US$ 11,7 bilhões e anunciou que separou US$ 26,9 bilhões como compensações financeiras para seus funcionários, sendo que a maior parte do dinheiro se refere a bônus -uma das críticas do governo Barack Obama aos bancos que precisaram de dinheiro estatal para atravessar a crise em 2008 e 2009. O valor é 18% superior ao de 2008 e cada funcionário vai ganhar em média US$ 129 mil, mas, em alguns casos, o montante é milionário.
Na divisão de investimentos, por exemplo, a média é de US$ 379 mil por funcionário, superando o valor de 2008 e 2007.

Com agências internacionais



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