São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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Petrobrás vê dívida subir US$ 1,18 bi

da Sucursal do Rio

A Petrobrás foi a empresa brasileira que sofreu o maior impacto nominal sobre as suas dívidas com a desvalorização do real.
Com débitos em dólar de US$ 6,3 bilhões, segundo o banco Icatu, a estatal viu em uma semana o seu endividamento nessa moeda aumentar em US$ 1,18 bilhão.
A estatal importa por dia entre 700 mil e 800 mil barris de petróleo e derivados. Pelos números do fechamento do mercado de câmbio de ontem, a empresa também vai precisar de mais 18,8% em reais para cada dólar de importação.
Segundo a analista Ana Siqueira, do Icatu, o ideal para a Petrobrás é que haja um reajuste nos preços dos combustíveis para compensar esse aumento de gastos, embora, para ela, isso não seja essencial.
Como os preços do petróleo caíram sistematicamente desde o início do ano passado, sem que houvesse uma redução do preço fixado pelo governo, isso deu à empresa uma folga de caixa que poderá ser usada agora.
"O caixa da Petrobrás vai sofrer o impacto, mas a empresa não está mal economicamente", disse Siqueira. Essa visão dos analistas respaldou o bom desempenho das ações da estatal nas Bolsas ontem. A direção da Petrobrás não fez comentários nem forneceu números.
Outra grande empresa, a Vale do Rio Doce, comemorou a desvalorização cambial. "Empresas exportadoras com baixo endividamento vão sair ganhando", disse Antônio Maria de Castro Pereira, gerente de Relações com o Mercado.
Segundo ele, é essa a situação da Vale. Com um faturamento estimado para 98 em cerca de R$ 3,1 bilhões, a empresa recebe em dólar 90% dessa receita (R$ 2,79 bilhões) e tem uma dívida em moeda norte-americana de US$ 2,15 bilhões.
A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), dona da maior usina siderúrgica do país, tem motivos para preocupações. A empresa tem 85% da sua dívida de R$ 3,4 bilhões atrelada à variação do dólar.



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